O novo relatório do BCG (Boston Consulting Group), consultoria de estratégia empresarial, seleciona as 50 empresas de países emergentes que conquistaram rapidamente seus mercados domésticos aplicando estratégias agressivas e inovando seus modelos de negócios, contrariando as táticas competitivas tradicionais.
Com mais de US$ 60 bilhões em receitas e uma média anual de crescimento acima de 50%, essas empresas, chamadas pela pesquisa de dínamos locais, já são os principais atores em seus mercados: 37 são líderes em seus segmentos e já se igualaram aos rivais internacionais.
Originárias de Brasil, China, Rússia, Índia, México, Polônia, Eslováquia, Malásia, Indonésia e Tailância, elas geram receitas mais rapidamente do que as empresas que figuram nos rankings S&P 500 e Fortune Global 100, têm melhores margens operacionais e tiveram suas ações valorizadas, nos últimos quatro anos.
Sobre as empresas
De acordo com o co-autor do relatório e sócio do BCG, David C. Michael, "executivos devem aprender com esses novos rivais, se quiserem vencer nos seus mercados".
O sócio do BCG em Nova Délhi (Índia), Arindam Bhattacharya, lembra que, "ao contrário de outras empresas de mercados emergentes, essas 50 optaram por permanecer em seus países de origem. Essa estratégia acrescenta um nível competitivo para as multinacionais [provenientes dos países ricos, por exemplo] enfrentarem".
Enquanto os mercados consolidados têm sua potência minimizada ou entram em recessão, as economias em rápido desenvolvimento tornam-se cada dia mais relevantes para as multinacionais. China e Índia, por exemplo, são considerados mercados essenciais, porém, dominados por companhias locais, que lidam muito bem com os desafios regionais e entendem as peculiaridades da população.
Muitas das organizações da lista são de bens de consumo e têm como alvo a classe média. Apenas dez são voltadas para a população de baixa renda, um importante e rentável filão, ainda pouco explorado mundialmente. O estudo mostra que os dínamos locais continuarão crescendo em ritmo acelerado nos próximos anos.
As brasileiras nas 50 mais
O relatório incluiu nove empresas brasileiras. A maioria atua em serviços e oferece aos clientes qualidade, acesso mediante preços baixos e criam valor com base em inovação. A GOL Transportes Aéreos alcançou sucesso, ao conseguir vender passagens por preços mais em conta do que a concorrência. A rede Casas Bahia oferece produtos de marca às famílias de baixa renda, com facilidade de crédito.
A B2W é líder do varejo on-line, a TOTVS é líder no fornecimento de soluções de gestão empresarial com foco em micro e pequenas empresas e a TV Globo atinge mais de 80 milhões de pessoas por dia.
Entraram também a Votorantim Finanças, o Grupo Positivo, cujos negócios estão focados em educação e tecnologia da informação, O Boticário e o Grupo Cosan, líder nacional no setor sucroalcooleiro.
Sobre o estudo
A pesquisa foi baseada em uma observação minuciosa de centenas de companhias de países em rápido desenvolvimento econômico. Os consultores do BCG destacaram dez países que se encontram na base da pirâmide econômica e que apresentam real crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) e potencial de mercado.
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