Pesquisa Focus do Banco Central reduziu expectativa de inflação em 2011 para 4,85% após duas altas seguidas
Na primeira pesquisa Focus divulgada após o anúncio do resultado do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre de 2010, analistas elevaram a estimativa para o crescimento da economia neste ano. De acordo com o levantamento divulgado nesta segunda-feira, 6, a previsão para a expansão do PIB neste ano avançou de 7,09% para 7,34%. Com o aumento, o número esperado passa a ficar acima da previsão vista há um mês, quando estava em 7,12%.
Para 2011, analistas mantiveram os números e, de acordo com a pesquisa, a mediana das previsões para o aumento do PIB no próximo ano seguiu em 4,50% pela 39ª semana consecutiva.
Na mesma pesquisa, foi mantida pela quarta vez seguida a expectativa para a expansão da produção industrial de 2011 em 5%. Para 2010, a aposta de crescimento industrial caiu de 11,47% para 11,37%, ante 11,70% de um mês atrás.
O levantamento do BC também mostra que a mediana das previsões para a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB em 2011 manteve-se em 39,50%. Para 2010, o número subiu ligeiramente, de 40,73% para 40,80%. Há um mês, analistas previam 39,50% para 2011 e 40,73% para 2010.
Inflação
Após duas altas seguidas, o mercado financeiro reduziu a expectativa para o IPCA em 2011. De acordo com a pesquisa Focus divulgada nesta segunda, a mediana das projeções caiu de 4,87% para 4,85%, retomando uma direção para o centro da meta de inflação para o próximo ano, de 4,50%. Apesar da redução, o número atual ainda está acima da estimativa verificada há um mês, quando estava em 4,80%.
Para 2010, a estimativa para o IPCA não sofreu alteração após duas semanas seguidas de redução dos números. Nesta semana, a mediana das projeções manteve-se em 5,07%. Há um mês, o mercado esperava alta de 5,19% para o índice.
Em trajetória diferente das estimativas para 2011 e 2010, a projeção suavizada para o IPCA nos próximos 12 meses subiu pela segunda vez seguida, e passou de 4,99% para 5,03%. Há um mês, estava em 5,00%.
No grupo dos analistas que mais acertam as estimativas na pesquisa do BC, o chamado Top 5, a mediana das previsões para o IPCA em 2011 seguiu em 4,97%, acima dos 4,75% previstos há um mês. Para 2010, esse grupo manteve a previsão de IPCA de 5,18%, superior à previsão de 5,11% verificada há quatro semanas.
Entre todos os analistas ouvidos pelo BC, a mediana das estimativas para o IPCA de agosto de 2010 teve leve ajuste, de 0,17% para 0,16%, na sétima redução consecutiva. Há um mês, o número estava em 0,30%. Para setembro de 2010, a expectativa segue em 0,36% pela sexta pesquisa seguida.
Na mesma pesquisa, a previsão para o IPC-Fipe em 2011 subiu de 4,53% para 4,55%, acima do mesmo patamar verificado há um mês, quando estava em 4,50%. Para 2010, a previsão caiu de 4,99% para 4,90%, ante 5,04% de quatro semanas atrás.
Selic
O mercado manteve a previsão de que o juro básico da economia, a taxa Selic, não vai sofrer alteração até o fim do ano. Na primeira pesquisa Focus realizada pelo Banco Central após a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) na semana passada, analistas mantiveram a previsão de que a Selic seguirá em 10,75% ao ano até o fim de 2010. Essa expectativa era já vista na semana passada e indicava a aposta do mercado de que o BC não alteraria o juro na reunião da última quarta-feira, o que se confirmou.
Para 2011, o mercado manteve a expectativa de que deve haver retomada do ciclo de alta do juro, com a volta da Selic para 11,50% ao fim do próximo ano. Essa previsão é repetida há três semanas.
Na mesma pesquisa, a expectativa para a Selic média no decorrer de 2011 caiu ligeiramente, de 10,63% para 10,60%, ante 11,79% de um mês atrás. Para 2010, a previsão de juro médio manteve-se em 10,03%. Há quatro semanas, a estimativa estava em 10,13%.
IGP-DI
As estimativas para os IGPs em 2011 não sofreram alteração em relação à semana passada. De acordo com o levantamento, a mediana das previsões para o IGP-DI no próximo ano seguiu em 5% pela 18ª semana consecutiva. Para o IGP-M, a estimativa permaneceu em 5,01%, ante 5% de um mês atrás.
Para 2010, as previsões oscilaram sem rumo único. Para o IGP-DI, a previsão teve queda, de 8,49% para 8,43%. Já para o IGP-M, a previsão subiu de 8,56% para 8,71%. Há um mês, analistas esperavam, respectivamente, aumento de 8,43% e 8,50% para cada um dos dois índices em 2010.
Para os preços administrados - as tarifas públicas - a expectativa de alta em 2011 manteve-se em 4,80%. Para 2010, a aposta seguiu em 3,55%. Há um mês, analistas acreditavam que a alta do conjunto de preços administrados seria de 4,73% em 2011 e de 3,60% em 2010.
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