Dados menos ruins do que o esperado nos Estados Unidos não dispersaram o temor de que a economia do país esteja voltando à recessão, arrastando as bolsas, inclusive a Bovespa, a novas mínimas em cinco semanas.
O Ibovespa tombou 1,44 por cento, aos 63.867 pontos, encadeando a sexta baixa consecutiva, o que não acontecia desde outubro de 2008, semanas após a quebra do Lehman Brothers. O giro financeiro da sessão foi 5,47 bilhões de reais.
Assim como as bolsas nova-iorquinas, a Bovespa chegou a exibir um repique nas primeiras horas do pregão, logo depois da notícia de que os pedidos de seguro-desemprego nos EUA caíram mais do que as previsões na semana passada.
Com o correr do dia, no entanto, as expectativas passaram a ser balizadas por comentários de que as autoridades econômicas do país podem anunciar em breve mais medidas para tentar sustar o enfraquecimento da economia apontado por uma série de índices nos últimos dias.
Na expectativa do número revisado do PIB norte-americano do segundo trimestre e de declarações que serão feitas pelo chairman do Federal Reserve, após uma reunião com presidentes de bancos centrais de vários países, nesta sexta-feira, investidores preferiram se precaver contra novas surpresas negativas.
"Depois de importantes indicadores que registraram resultados muito abaixo das expectativas, os investidores estão alinhando suas apostas para um cenário mais negativo", disse o analista econômico Gabriel Goulart, da Mercatto Investimentos.
Em Nova York, o índice Dow Jones cedeu 0,74 por cento, para baixo dos 10 mil pontos pela primeira vez desde o início de julho.
Na bolsa paulista, mesmo a recuperação dos preços de commodities, como petróleo e metais, não foi bastante para segurar os papéis das blue chips. O papel preferencial da Petrobras caiu 1,46 por cento, a 25,70 reais.
O mercado passou mais um dia fazendo contas sobre o processo de capitalização da estatal, enquanto fontes do governo e da própria empresa vazavam na imprensa suas preferências sobre o preço do barril que será usado como base de cálculo, girando na faixa de 8 dólares.
No mercado como um todo, entretanto, a preferência do investidor foi por vendas, empurrando para baixo a cotação de 56 das 65 ações do índice. Os destaques negativos foram os setores de siderurgia, construção civil e financeiro.
No ramo imobiliário, MRV Engenharia, a pior do índice, caiu 4,15 por cento, a 14,33 reais. Entre as siderúrgicas, Usiminas foi a líder de perda, com sua ação preferencial retrocedendo 3,26 por cento, a 43,91 reais. Itaú Unibanco puxou a fila no setor bancário, com declínio de 2,49 por cento, a 35,69 reais.
Entre as raras altas do dia figurou Cemig, com avanço de 2,17 por cento, a 27,33 reais.
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