A instalação da mais nova fábrica da John Deere, em Montenegro, confirma a posição do Rio Grande do Sul como líder na produção de máquinas agrícolas no Brasil. De acordo com o presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Equipamentos Agrícolas do Estado (Simers), Claudio Bier, com a mais recente planta, a terceira da empresa no País, o Estado concentrará 65% do volume de total de máquinas fabricadas em território nacional.
Ontem, foi inaugurada oficialmente a unidade que irá fabricar exclusivamente os tratores da marca, antes tarefa da fábrica localizada em Horizontina. A cerimônia contou com a presença da governadora Yeda Crusius, diversas lideranças gaúchas e do vice-presidente de Marketing, Vendas e Planejamento da John Deere para América do Sul, Aaron Wetzel. O executivo afirmou que a escolha do Brasil como sede da nova fábrica é resultado da confiança da companhia no crescimento do País. "O Brasil tem capacidade para se tornar um dos maiores fornecedores de alimentos do mundo", disse.
A fábrica de Montenegro ocupa uma área de 70 mil metros quadrados, com uma capacidade produtiva de 15 mil tratores por ano. Quanto à geração de empregos, foram contratados 715 funcionários, além das 1,5 mil vagas de emprego indireto criadas com a instalação da empresa. Do total de US$ 250 milhões investidos, R$ 80 milhões foram destinados para prédios e equipamentos, R$ 140 milhões em capital de giro e mais R$ 30 milhões destinados a mudanças na fábrica de Horizontina, que passa a concentrar a produção de colheitadeiras e plantadeiras.
Claudio Bier, do Simers, ressaltou a importância do investimento no momento em que o setor de máquinas passa por uma excelente fase. "O mercado é promissor. Os baixos estoques e o aumento da demanda por alimentos no mundo têm reflexos diretos no agronegócio. Até o final do ano, o setor de máquinas deve crescer em torno de 45%", avaliou Bier.
Para o secretário do Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais, Luiz Fernando Záchia, a qualificação da mão-de-obra e o desenvolvimento de pólos tecnológicos são os diferenciais do Estado no sentido de atrair novos investimentos. "Infelizmente ainda não podemos dizer que são os incentivos fiscais que atraem as empresas, nesse quesito ainda perdemos para Minas Gerais e São Paulo", destacou.
Durante a solenidade de abertura, a governadora Yeda Crusius destacou o programa de reestruturação do Estado como forma de incentivar a vinda de outras empresas para o Rio Grande do Sul, assim como ocorreu com a John Deere. "Precisamos investir mais e mais em logística, dando estrutura melhor de portos, estradas e transporte aéreo", ressaltou.