O economista da coordenação de indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), André Macedo, disse hoje que os dados da produção industrial de junho confirmam que, no segundo trimestre, o setor mostrou "um ritmo bem menos intenso" de atividade que no primeiro trimestre. O IBGE divulgou hoje uma queda de 1,0% na produção em junho ante maio - a terceira queda seguida ante o mês anterior.
De acordo com Macedo, o resultado de junho foi negativamente influenciado pela realização da Copa do Mundo, já que três dos quatro jogos do Brasil no torneio esportivo ocorreram em dias úteis, afetando a produção do setor. "Essas paralisações para os jogos afetam mais a produção de bens finais do que bens de produção contínua, como os intermediários", disse.
Além disso, segundo ele, dados divulgados em sondagens e pesquisas de outras instituições mostram "níveis indesejados de estoques em alguns segmentos, o que também pode estar afetando o ritmo da atividade da indústria". Segundo o economista, a indústria estava em junho em patamar 2% abaixo do recorde do nível de produção do setor, alcançado em março de 2010.
TVs e automóveis
A queda de 3,2% na produção de bens de consumo duráveis em junho ante maio reflete, sobretudo, os recuos na produção de televisores e automóveis, segundo observou o economista da coordenação de indústria do IBGE. Nessa comparação, a produção de material eletrônico e de comunicações caiu 4,9%, puxada sobretudo por televisores, que tinham registrado resultados robustos em meses anteriores, sob influência da proximidade da Copa do Mundo. Com o fim do ciclo de compra de novos aparelhos para o evento esportivo, houve queda na produção no segmento.
Em relação aos automóveis, Macedo explicou que não há resultado para este item em separado ante o mês anterior, mas o recuo de 1,1% na produção de veículos automotores (que inclui caminhões e automóveis) em junho ante maio sinaliza que houve redução.
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