O ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, disse que, assim como o Mercosul tem dado as cartas na Copa do Mundo da África do Sul, "ele tem que continuar a dar as cartas na nossa região". Segundo o chanceler brasileiro, a aliança entre Brasil e Argentina é estratégica. Hoje, ele e seu colega da Argentina, Hector Timerman, se encontraram na primeira visita do chanceler argentino ao Brasil, já que ele assumiu suas funções no último dia 22. Amorim disse que os temas tratados foram "títulos de assuntos" que os dois países continuarão a tratar no futuro.
Timerman esclareceu ainda, durante a entrevista, que a Argentina, em nenhum momento, colocou impedimentos à entrada de produtos brasileiros naquele país. "Não existem novas regulações. Este é um assunto esclarecido que cresceu em termos de rumores, mas não temos nenhuma ordem nesta natureza", disse sobre as notícias que circularam, principalmente em maio, dando conta de que a Argentina poderia proibir a importação de produtos que tivessem produção nacional.
O ministro argentino disse também que não considera esse fato um obstáculo às negociações entre Mercosul e União Europeia. Ele disse que, se for preciso, fará um esclarecimento à União Europeia, "cara a cara" e não por meio da mídia. Amorim afirmou que o ânimo do Brasil é o de poder avançar ou até mesmo encerrar as negociações entre os dois blocos no segundo semestre deste ano.
Em entrevista à imprensa no início da noite no Itamaraty, Amorim disse que há 50% de chance de um país do Mercosul ganhar a Copa do Mundo na África do Sul. "Estou torcendo ardentemente pelo Brasil. Claro que vai ter xingamentos na hora do jogo e claro que quero que o Brasil ganhe. Certamente ganhará algum país do Mercosul, o que é mais importante", disse Amorim.
Timerman, no entanto, foi menos diplomático e afirmou que, primeiro, gostaria que Brasil e Argentina chegassem à final da Copa do Mundo. Mas destacou que nada melhor para os argentinos que se fossem campeões na Copa que acontecerá no Brasil em 2014.
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