No terceiro encontro em dois anos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente do Peru, Alan Garcia, assinaram hoje em Manaus um acordo bilateral para produção de energia elétrica no Peru e exportação de excedentes para o Brasil. Sem prazo para início ou previsão de gastos, o contrato prevê a construção de até seis hidrelétricas com o potencial de geração de até 7,2 mil megawatts (MW).
"A previsão é que em até cinco anos comecem as licitações para as empresas brasileiras interessadas na construção", disse o ministro das Minas e Energia, Marcio Zimmerman. O presidente do Peru afirmou que a grande preocupação com a construção será com a preservação do meio ambiente. Lula, contudo, afirmou que não há forma de produzir energia mais "ecologicamente correta" do que as hidrelétricas. "É a mais barata e a que menos agride. É mais barata do que a eólica, que além de tudo não é constante. É mais eficiente do que energia solar, que só se tem experiência para aquecer um chuveiro, mas não para fazer funcionar uma fábrica", disse. "O que não podemos é ter no Brasil uma manifestação a cada anúncio de hidrelétrica".
Foi assinado ainda um acordo que dá mais abertura à entrada de produtos peruanos no Brasil. "Só soube hoje que o Brasil passou os últimos oito anos sem comprar couve-flor do Peru porque tem uma burocracia que impede. E pior, que há uma exigência fitossanitária que impede que entre cimento do Peru para vender no Brasil. Eu quero saber quem foi esse cidadão insano que fez essa exigência porque eu não como cimento", disse.
No fim da tarde, Lula assinou contrato para a construção, em 27 meses, de 8.895 casas e apartamentos no Programa Minha Casa, Minha Vida, em parceria com o governo amazonense. Segundo o ministro das Cidades, Marcio Fortes, algumas modificações em projetos novos, como o do Amazonas, serão feitas. "O presidente pede casas com melhor acabamento e varandas, mesmo que pequenas, nos apartamentos", disse.
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