Maior contribuição para a taxa menor veio dos alimentos, cujos preços saíram de uma elevação de 2,52% para uma queda de 0,20%
A inflação percebida entre as famílias de baixa renda desacelerou em maio. É o que mostra o Índice de Preços ao Consumidor - Classe 1 - (IPC-C1), usado para mensurar o impacto da movimentação de preços entre famílias com renda mensal entre 1 e 2,5 salários mínimos, e que subiu 0,18% no quinto mês do ano, após avançar 1,28% em abril. Com este resultado, o índice acumula altas de 5,18% no ano e de 5,04% em 12 meses.
A taxa do IPC-C1 em maio também ficou abaixo da inflação média apurada entre famílias mais abastadas, com renda mensal entre um e 33 salários mínimos, mensurada pelo Índice de Preços ao Consumidor - Brasil (IPC-BR), e que subiu 0,21% no mesmo mês. O IPC-BR acumula altas de 3,86% no ano e de 5,28% em 12 meses. Ou seja: a inflação acumulada no ano sentida por famílias de baixa renda é maior do que a apurada pelo IPC-BR; mas a taxa em 12 meses até maio do IPC-C1 ainda se posiciona abaixo da inflação acumulada pelo IPC-BR para o mesmo período.
Das sete classes de despesa usadas para cálculo do IPC-C1, quatro apresentaram quedas mais intensas ou desacelerações de preços em suas taxas de variação de preços, de abril para maio. Mas o grupo que mais contribuiu para a taxa menor do índice em maio foi o dos alimentos, cujos preços saíram de uma elevação de 2,52% para uma queda de 0,20% no período. Isso porque, nesta classe de despesa houve deflações ou inflação mais fraca nos preços de tomate (de 6,79% para -29,53%); leite tipo longa vida (de 9,66% para 1,82%); feijão carioquinha (de 30,82% para 13,95%); e carnes bovinas (de 2,81% para 1,54%).
Além de alimentação, as outras classes de despesa que apresentaram menor pressão inflacionária ou queda de preços, no mesmo período, foram vestuário (de 1,13% para 0,80%); saúde e cuidados pessoais (de 1,28% para 0,66%); e educação, leitura e recreação (de 0,57% para 0,00%). Duas classes de despesa tiveram inflação mais intensa ou fim de estabilidade de preços, como habitação (de 0,29% para 0,63%); e despesas diversas (de 0,00% para 0,16%). Já o grupo transportes manteve-se com a mesma taxa de deflação, no período (de -0,01%).
A FGV informou ainda que, em maio, entre os produtos pesquisados para cálculo do IPC-C1, as mais expressivas elevações de preços foram detectadas em taxa de água e esgoto residencial (1,57%); tarifa de eletricidade residencial (1,54%); e gás de botijão (0,44%). Já as mais expressivas quedas foram registradas em tomate (-29,53%); batata-inglesa (-0,32%); e leite tipo longa vida (1,82%).
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