Abalo nas exportações e perda de participação na riqueza nacional desafiam região a investir para recuperar espaço perdido
Com o melhor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do País, a Região Sul, a segunda mais rica depois do Sudeste, acaba de acordar para uma dura realidade: no ano passado, sua participação na riqueza nacional foi de 16,2%, o que significa uma queda em relação a 2003, quando chegou a 17,7%. No debate promovido pelo Estado para discutir os rumos do desenvolvimento regional, empresários dos setores industrial e agrícola, consultores financeiros e autoridades apontaram de forma unânime a necessidade de investimentos em infraestrutura como uma das estratégias a serem adotadas.
Mas esse é apenas um aspecto do grande desafio a ser enfrentado. O presidente da Federação das Indústrias do Paraná, Rodrigo da Rocha Loures, defende a mobilização das lideranças regionais em favor da reforma política e da modernização do Estado brasileiro.
Wagner Salaverry, sócio do banco Geração Futuro, considera que o Sul tem uma economia diversificada, mas perdeu espaço na expansão do mercado de capitais em decorrência do pensamento estatizante de parte da classe política e do ambiente político instável e beligerante.
Na abertura do "Fóruns Estadão Regiões - Sul", o ministro dos Transportes, Paulo Passos, listou as obras previstas para os Estados do Sul e anunciou que a região passará a fazer parte da "espinha dorsal" do sistema ferroviário brasileiro, graças ao projeto que deverá estender a ferrovia Norte-Sul até o extremo sul do Rio Grande do Sul.
Bernardo Hees, presidente da ALL, uma das maiores empresas de logística do País, disse que não só o Sul melhora, mas toda a economia brasileira muda de patamar se forem feitas 60% das obras previstas pelo PAC. "Pode-se gostar ou não, mas o fato é que o PAC criou foco para os investimentos." Para ele, gargalos representam oportunidades de desenvolvimento.
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