Presidente brasileiro advertiu que a crise atual pode ser mais forte que a de 2008
Em discurso de improviso a cerca de 250 empresários que participavam do Forum Empresarial Brasil-Rússia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva advertiu que a crise da Grécia demonstra que "foi feito muito pouco para resolver os problemas da crise econômica e parece que ela volta mais forte que em 2008 por pura irresponsabilidade, por falta de controle do sistema financeiro".
Segundo Lula, Brasil e Rússia têm responsabilidade no G-20 e no Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) de trabalharem juntos para permitir que "pelo menos uma vez neste século o setor produtivo tenha a prioridade sobre o sistema financeiro; e o sistema financeiro tenha como finalidade o setor produtivo". Lula reiterou ainda que "não tem mágica em economia, não tem invenção; o que vale é a seriedade, é a estabilidade da economia, e como se controla a inflação".
Prosseguindo na parte de improviso do discurso, o presidente lembrou que na crise que atingiu o Brasil em 2008 "se não fossem os bancos públicos estarem reforçados, teríamos muito mais dificuldade de segurar a crise". Lula convidou ainda os empresários russos a ampliar seus negócios no Brasil e voltou a dizer que o protecionismo não é solução para problemas.
O presidente disse também que o Brasil nunca ofereceu oportunidade de negócios como os que são oferecidos hoje e que o comércio perfeito é uma via de duas mãos, onde os dois países têm vantagens. Lula classificou como "incompreensível" o pequeno volume do comércio entre os dois países e recomendou aos russos, a exemplo do que o Brasil fez nos últimos anos, que diversifiquem sua economia.
Lula defendeu que a Rússia ingresse na Organização Mundial do Comércio (OMC) e afirmou que não se combate restrição com flexibilização de legislação trabalhista.
|