SÃO PAULO - Com dinheiro no bolso, tempo livre e autonomia para gastá-lo, o potencial de consumo dos brasileiros que já passaram dos 60 anos começa a chamar atenção. Pesquisa recém-concluída sobre o mercado da terceira idade, do Instituto Somatório, revela que essa faixa etária tem renda mensal de R$ 7,5 bilhões, que corresponde a 15% dos rendimentos dos domicílios do País. Quase a totalidade dessa população (93%) tem renda própria.
"A pesquisa quebrou vários estereótipos negativos em relação à população da terceira idade", afirma Marcello Guerra, diretor do instituto de pesquisas e responsável pelo estudo. Ele faz referência à imagem do idoso dependente financeiramente e sem poder de decisão. A pesquisa entrevistou cerca de 1.500 pessoas com mais de 60 anos, de todas as classes sociais, em dez centros urbanos do País, em outubro do ano passado.
Um dos dados que chamam a atenção é o papel que a população com mais de 60 anos de idade desempenha na renda familiar. De acordo com o estudo, esse grupo responde, em média, por nada menos do que 71% da renda familiar total. Essa participação aumenta de forma significativa quanto menor o poder aquisitivo da classe econômica.
Na classe A, por exemplo, eles contribuem para 55% da renda familiar; na classe B, essa participação sobe para 59%; na classe C, para 72%; na classe D, chega a 88%. A classificação social usada pela pesquisa é o Critério Brasil da Associação Brasileira das Empresas de Pesquisa (ABEP), que considera não só a renda, mas a posse de bens, as condições de moradia e a escolaridade.
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