SÃO PAULO - Novas entradas de capital externo não conseguiram absorver movimentos pontuais de embolso de lucros, que predominaram na Bovespa nesta terça-feira após 6 altas consecutivas, período em que acumulou alta de 4 por cento.
Depois de passar a maior parte do dia no azul, o Ibovespa perdeu força na última hora, até fechar desvalorizado em 0,27 por cento, aos 71.095 pontos. O giro financeiro do pregão totalizou 6,37 bilhões de reais.
"Depois de o índice ter atingido o recorde de alta em 22 meses, alguns investidores preferiram tirar um pouco o pé", resumiu Renato Tavares, assessor de investimentos da Intrader.
O movimento errático do índice refletiu o desencontro nas principais praças internacionais. Numa mão, o principal índice de ações europeu avançou para o maior patamar de fechamento em 18 meses, sob impulso das commodities.
Já os indicadores mais importantes de Wall Street não caminharam juntos. O Dow Jones fechou estável, enquanto Nasdaq e S&P 500 tiveram leves ganhos.
O evento mais aguardado do dia, a ata da última reunião do Fomc (comitê de política monetária do Federal Reserve), pouco ajudou a guiar os investidores ao pontuar que as condições econômicas dos EUA ainda inspiram cuidados e que o juro no país ainda deve ficar perto do zero por mais tempo que se esperava.
Os investidores também monitoraram notícias de que a Grécia estaria tentando renegociar os termos de um acordo firmado recentemente, em que obteve apoio do FMI e da zona do euro para suporte a um plano de recuperação do país, mergulhado numa grave crise fiscal. As notícias foram desmentidas mais tarde.
Na bolsa paulista, a ausência de novos dados positivos convidou os investidores a realizar lucros com papéis que subiram mais forte recentemente, notadamente as siderúrgicas. O papel preferencial da Usiminas ditou o tom, caindo 3,35 por cento, para 60,95 reais.
Os setores imobiliário e financeiro também perderam força. Pior do índice, Redecard tombou 4,6 por cento, para 31,20 reais, no segundo dia seguido de forte queda, após o JPMorgan ter rebaixo a recomendação da adquirente de cartões de crédito de "neutro" para "underweight" (abaixo da média).
O que impediu uma performance mais fraca do Ibovespa foram as blue chips. O papel preferencial da Petrobras subiu 0,2 por cento, para 36,08 reais, na esteira de outra alta na cotação do barril do petróleo. A preferencial da Vale avançou 0,36 por cento, para 49,97 reais.
TAM, que pela manhã anunciou uma parceria com a norte-americana Continental em programa de fidelidade, foi a melhor do Ibovespa, subindo 3,4 por cento, a 31,95 reais.
BM&FBovespa foi um dos destaques positivos da sessão, subindo 1,6 por cento, a 12,55 reais, após um relatório da Bradesco Corretora reiterar a recomendação de compra para o papel, em meio à leitura de que a companhia apurou resultados sólidos no primeiro trimestre.
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