Ritmo atual é perigoso para taxa de inflação, uma alta mais forte dos juros será inevitável, segundo o economista do Santander.
A aceleração do crescimento da economia brasileira já é motivo de preocupação, avalia o economista-chefe do banco Santander, Alexandre Schwartsman. Para ele, o Banco Central terá pela frente a tarefa de reduzir o ritmo da expansão via alta de juros. A avaliação do economista é que, nos últimos meses, a economia do País tem crescido a uma taxa anualizada de 7%, patamar perigoso para a taxa de inflação. Uma variação mais apropriada, segundo ele, seria 4,5%, para evitar aumentos de preços.
Em palestra no seminário Cenários da Economia Brasileira e Mundial em 2010 na sede da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), o economista destacou que o consumo doméstico e o Produto Interno Bruto (PIB) já voltaram a crescer na mesma velocidade de antes da crise. Segundo ele, a expansão é impulsionada pela continuidade do aumento da renda e a recuperação da concessão de crédito, com queda da inadimplência.
Uma alta mais forte dos juros, porém, será inevitável, segundo o economista do Santander. Ele acredita que o Conselho de Política Monetária (Copom) poderá definir um aumento na taxa básica de juros (Selic) superior a 0,5 ponto percentual já em abril. "Por enquanto acreditamos em uma alta de 0,5 ponto percentual. Mas a chance de ser um número maior é crescente, poderia chegar a 0,75 ponto porcentual". Schwartsman argumentou que a elevação dos juros vai responder a uma necessidade de reduzir o ritmo de crescimento do PIB. Ele disse esperar que a taxa Selic chegue a 12% ao final do ciclo de alta que será iniciado em abril, e possa estar no patamar de 11,75% em dezembro deste ano.
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