A decisão não foi unânime, 3 dos 8 membros defenderam elevação da Selic.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu manter a taxa básica de juros, a Selic, em 8,75% ao ano.
A decisão, porém, não foi unânime. Três dos oito integrantes do Copom defenderam a elevação dos juros em 0,5 ponto percentual.
A maioria dos analistas de mercado já esperava pela manutenção da Selic, mas alguns economistas apontavam para uma alta de 0,25 ponto ou 0,5 ponto percentual nesta quarta-feira.
A reunião ocorreu em meio à discussão sobre um possível superaquecimento da economia brasileira, que estaria crescendo acima de seu potencial, pressionando a inflação para cima.
O crescimento de 2% do PIB no 4º trimestre, considerado expressivo, e a geração recorde de empregos formais no mês de janeiro eram apontados como argumentos para uma alta de juros já nesta semana.
Ao decidir pela manutenção da Selic em 8,7%, o Copom fez prevalecer a interpretação de que "ainda é cedo" para a elevação dos juros básicos.
As expectativas, agora, se voltam para a próxima reunião, em abril. Entre os analistas, a alta dos juros é dada como certa no mês que vem.
Decisão 'acertada'
A decisão do Banco Central foi elogiada pela Confederação Nacional da Indústria, que considerou a manutenção dos juros como "acertada".
"Isso indica que o Banco Central percebe que as pressões inflacionárias existentes são temporárias e sazonais", disse o presidente da entidade, Armando Monteiro Neto, por meio de nota.
"O aumento dos juros neste momento colocaria um freio nas decisões de investimento e comprometeria a retomada do crescimento", acrescentou.
O crescimento do PIB do 4º trimestre e as vendas recordes no comércio em janeiro criaram a expectativa entre alguns economistas de que o Banco Central elevaria os juros nesta quarta-feira.
Mas os empresários e a maior parte do mercado defendiam que a inflação verificada no início do ano foi apenas "sazonal", descartando a necessidade de uma elevação dos juros nesse momento.
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