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29/04/2008 - Brasil registra maior déficit desde 1947
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As contas do Brasil com o exterior tiveram o pior março já registrado pelo Banco Central (BC), que começou a coletar dados em 1947. Considerando todas as transações de comércio, serviço e financeiras, o resultado foi um déficit de US$ 4,429 bilhões, um resultado que surpreendeu o mercado e o próprio governo, que esperavam um saldo negativo em torno de US$ 3 bilhões. Foi também o pior primeiro trimestre da história: US$ 10,575 bilhões de déficit. Se for confirmada a previsão para abril, um saldo negativo de US$ 2,8 bilhões, o déficit superará, em quatro meses, o total estimado pelo BC para o ano inteiro, que é de US$ 12 bilhões.
"Os números foram influenciados de maneira expressiva pelo resultado comercial e pelas remessas de lucros e dividendos", disse o chefe do Departamento Econômico (Depec) do Banco Central, Altamir Lopes. É um comportamento que já vinha sendo observado desde o início do ano e que se acentuou no mês passado. O envio de recursos ao exterior a título de pagamentos de lucros e dividendos atingiu US$ 4,345 bilhões, o maior valor mensal já registrado. No trimestre, foram US$ 8,662 bilhões, também um recorde para o período. Em abril, até ontem, as remessas somavam US$ 3,3 bilhões.
Apesar da piora, o BC insiste que o déficit é "perfeitamente financiável" pelo ingresso de investimentos estrangeiros diretos. Em março, eles somaram US$ 3,083 bilhões, um recorde para o mês. No trimestre, os investimentos já somam US$ 8,799 bilhões, também o mais elevado para o período. Para abril, espera-se o ingresso de US$ 3,6 bilhões.
Altamir admitiu que, em março, os investimentos não foram suficientes para cobrir o déficit em transações correntes. A diferença foi completada por empréstimos tomados por companhias brasileiras no exterior. No primeiro trimestre, a taxa de rolagem dos empréstimos de médio e longo prazo atingiu 229%, o que indica que não há dificuldade em obter financiamentos. Para o ano, a expectativa é que o ingresso de investimentos diretos será de US$ 32 bilhões, suficiente para compensar todo o déficit em transações correntes.
Para o Banco Central, o déficit é sustentável porque há fortes ingressos de investimentos, as empresas têm acesso fácil a crédito externo e as reservas encontram-se em nível elevado. Em março, a remessa para pagamento de juros foi de US$ 307 milhões, a menor já registrada para o mês. A tranqüilidade do BC, porém, não é compartilhada pelo Ministério da Fazenda. Em março, ao anunciar o minipacote com medidas para conter a queda do dólar, o ministro Guido Mantega afirmou não ser política de governo registrar sucessivos déficits em conta corrente. Todo o empenho da Fazenda para evitar uma subida na taxa de juros teve como principal motivo o temor de uma deterioração mais aguda das contas externas.

Bancos lideraram no volume de remessas, diz BC
Bancos, montadoras e metalurgia lideraram as remessas de lucros e dividendos ao exterior, que bateram recorde no primeiro trimestre do ano. Dos US$ 8,662 bilhões enviados ao exterior no período, os bancos responderam por US$ 2,228 bilhões, enquanto o setor automobilístico enviou US$ 1,176 bilhão e a indústria metalúrgica, US$ 804 milhões.
"Instituições financeiras e indústria automobilística têm rentabilidade expressiva no mercado brasileiro, mas têm enfrentado dificuldades no exterior", disse o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes. Por isso, é possível que o crescimento nas remessas para o exterior tenha ocorrido, em parte, para compensar perdas provocadas pela crise do subprime e pela desaceleração das economias dos Estados Unidos e da União Européia.
A crise externa não é, porém, a principal explicação para o forte volume de remessas de lucros e dividendos ao exterior. O fator que mais influencia esse comportamento é a grande lucratividade que as empresas vêm obtendo no mercado brasileiro. "Só remete lucro quem tem lucro", comentou Altamir. Outro motivo é o real apreciado ante o dólar. Nessa situação, é vantajoso mandar dinheiro para o exterior, pois os reais rendem mais dólares.
Os ganhos no mercado brasileiro fazem com que, coincidentemente, os setores que mais remetem lucro sejam praticamente os mesmos que mais investem no País. De acordo com dados do Banco Central, os investimentos estrangeiros diretos foram liderados pelos bancos, que injetaram US$ 1,257 bilhão no primeiro trimestre. A indústria metalúrgica fica em segundo lugar, com US$ 841 milhões e as montadoras, em terceiro, com US$ 590 milhões. Empresas do setor de comércio (exceto revendas de automóveis) ficaram em quarto lugar, com ingressos de US$ 518 milhões.

Brasileiro gasta 59,2% a mais em viagens no trimestre
Turistas brasileiros têm gasto como nunca no exterior. A despesa dos viajantes aumentou 59,2% no primeiro trimestre na comparação com os três primeiros meses do ano passado. Entre janeiro e março, brasileiros pagaram US$ 2,538 bilhões em compras internacionais, recorde histórico para o trimestre.
Esses turistas gastaram cerca de US$ 28,2 milhões em cada um dos 90 dias do período. Isso mostra que viajantes deixaram US$ 1,175 milhão por hora no exterior ou mais ou menos US$ 19,5 mil por minuto nos países visitados. Agentes de viagem dizem que o aumento da renda, dólar baixo e crédito abundante têm feito com que as férias em outros países seja cada vez mais freqüente.
Tanto gasto não consegue ser seguido pela receita obtida com os estrangeiros que visitam o Brasil. Em três meses, essa receita aumentou 20,7%, para US$ 1,608 bilhão. O valor também é recorde para o trimestre.
Quando se tira a diferença entre o gasto feito pelos brasileiros no exterior e dos estrangeiros no Brasil, a chamada conta turismo fecha o trimestre com déficit de US$ 930 milhões, pior resultado desde o primeiro trimestre de 1997, quando o saldo foi negativo em US$ 992 milhões.

Expansão das importações
continua prejudicando superávit
A balança comercial registrou déficit de US$ 88 milhões na quarta semana de abril, com exportações de US$ 2,761 bilhões e importações de US$ 2,849 bilhões. O resultado fez cair o superávit acumulado no mês para US$ 1,333 bilhão e, no ano, para US$ 4,170 bilhões. Este foi o quarto resultado semanal negativo registrado neste ano. O enfraquecimento da balança brasileira continua refletindo a expansão mais acentuada das importações que o das vendas externas.
Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), a média das exportações cresceu apenas 4,9% em relação a abril de 2007, enquanto a média das importações aumentou 39%. O superávit acumulado no ano, segundo os dados do Mdic, é 67,34% menor que o do mesmo período de 2007 (US$ 12,771 bilhões).
Entre as importações, os produtos que tiveram maior crescimento em comparação com abril do ano passado foram: combustíveis e lubrificantes (76%), aeronaves e peças (63,8%), veículos automóveis e partes (61,3%), adubos e fertilizantes (59,5%) e cobre e suas obras (43,1%). As comparações levam em conta a média diária de negócios efetuados.
Pelo lado das exportações, de acordo com o Ministério, as vendas de bens manufaturados cresceram 5,4% na comparação com abril do ano passado. O Ministério destaca a alta nas vendas de óleos combustíveis, chassis com motor, tratores, máquinas e aparelhos para terraplanagem e partes de motores para veículos automóveis e autopeças.
Entre os produtos semimanufaturados, as exportações que mais subiram foram de semimanufaturados de ferro/aço, ferro fundido, catodos de cobre e ferro-ligas. Entre os básicos, os destaques do período foram soja em grão, café em grão, carne de frango, bovina e suína, fumo em folhas e farelo de soja.





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