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05/03/2010 - Fase de expansão do BNDES acabou, sugere presidente da instituição
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Segundo Luciano Coutinho, governo quer que bancos privados assumam espaço na concessão de crédito.

Da BBC Brasil em Londres - A expansão da participação do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) no mercado de crédito, intensificada durante a crise do ano passado, não deve ser duradoura, na avaliação do presidente da instituição, Luciano Coutinho.

"Não é nossa intenção continuar agigantando o BNDES", afirmou Coutinho em entrevista à BBC Brasil nesta quinta-feira, durante uma viagem a Londres, onde participou de um seminário e de reuniões privadas com investidores.

Segundo Coutinho, o BNDES triplicou de tamanho nos últimos dois anos e meio, mas prevê um período de expansão mais moderada ou até mesmo de pequena retração, graças em parte à normalização da concessão de crédito privado no Brasil após o período de crise.

"A expectativa e o interesse da política do governo é estimular o mercado de capitais, o desenvolvimento de formas de poupança, e estimular o sistema bancário brasileiro a colaborar no financiamento de longo prazo", disse.

"Queremos que o setor bancário e o mercado de capitais ocupem o espaço e reassumam aquela oferta de credito que foi suprimida de maneira lamentável no ano de 2009", afirmou.

Pressão

Coutinho observa que historicamente os bancos brasileiros emprestam somente a curto prazo, por conta das características do sistema monetário brasileiro, mas afirma que o interesse do governo é "estimular um desenvolvimento financeiro em direção a um padrão observado nos países desenvolvidos, para aliviar essa pressão sobre o BNDES".

Ainda assim, ele admite que o BNDES continuará tendo um papel importante para o financiamento de projetos de infra-estrutura por muitos anos.

"O Brasil precisa investir algo como US$ 40 bilhões ao ano em infra-estrutura. Os investimentos em infra-estrutura têm um perfil de longa maturação, precisam de crédito com um prazo de 15, 20, 25, até 30 anos, que apenas o BNDES consegue efetuar no caso brasileiro", observou.

Coutinho disse concordar que as elevadas taxas de juros reais no curto prazo no Brasil são parte do problema para a ampliação do crédito privado de longo prazo no país.

Segundo ele, a convergência das taxas Selic (de juros de curto prazo) e TJLP (de longo prazo) "deveria ser um dos grandes objetivos para consolidar definitivamente o desenvolvimento brasileiro".

Confiança

O presidente do BNDES disse ter ouvido dos investidores com os quais se reuniu durante seus dois dias de estadia em Londres "uma grande confiança e credibilidade" no potencial de crescimento da economia brasileira e afirmou que nem mesmo a proximidade das eleições presidenciais, em outubro, parece preocupá-los.

Coutinho é apontado como um dos possíveis formuladores do plano econômico da candidatura da ministra Dilma Rousseff à Presidência e é cotado como possível futuro ministro da Fazenda caso ela vença a eleição.

Questionado pela BBC Brasil, porém, ele disse que manterá seu foco em sua atuação como presidente do BNDES e afirmou que não se engajará na campanha eleitoral da ministra.

"Tenho uma relação de confiança e amizade com a ministra Dilma, e certamente poderei colaborar, mas a orientação que eu tenho do presidente Lula é de me dedicar de maneira intensa e acompanhá-lo até o final do seu mandato como presidente do BNDES", afirmou.

Para Coutinho, se eleita Dilma deverá "manter as linhas gerais da política macroeconômica" do atual governo, com a política de metas de inflação, responsabilidade fiscal e a ampliação dos investimentos através do PAC (Plano de Aceleração do Crescimento).

Para ele, o Brasil aprendeu a lição de que "não se deve brincar com a inflação". "Não acredito em nenhuma aventura que possa pôr em risco o controle da inflação", afirmou.





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