Para analistas, perfil do próximo governo determinará grau de independência do sucessor de Meirelles na presidência do BC
SÃO PAULO - A indefinição do presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, sobre seu futuro político adia um importante movimento na estrutura de condução da economia brasileira, que é a sucessão presidencial do próprio BC. Mesmo após informar seu partido, o PMDB, de que abria mão da candidatura ao governo de Goiás, Meirelles tem ainda a opção de concorrer ao Senado, decisão que afirma irá tomar até o fim de março.
Se atender à vontade do presidente Lula e permanecer no BC até o final deste ano, Meirelles terá sido o presidente que mais tempo ficou à frente da instituição, após oito anos consecutivos de atuação (antes dele, o presidente mais longevo havia sido Ernane Galvêas, que permaneceu no cargo entre 1968 e 1974 e entre 1979 e 1980). Esse período coincidiu com um momento de estabilidade e independência do BC brasileiro nunca visto antes, amparado pelo crescimento do País e destaque no cenário político-econômico mundial.
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