No ano passado, a instituição negociou 212 toneladas
O Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou na quarta-feira à noite que começará "em breve" a vender gradualmente 191,3 toneladas de ouro nos mercados, com o objetivo de engrossar um núcleo de investimento para financiar suas operações.
O organismo, que esperou até o fechamento dos mercados para fazer o anúncio, já vendeu 212 toneladas no ano passado e disse estar ainda aberto a transações similares se outras entidades desejarem adquirir ouro. "Com o objetivo de, prioritariamente, evitar transtornos nos mercados de ouro, as vendas serão realizadas de forma gradual", informou o Fundo em comunicado.
Com o anúncio do FMI, a cotação do ouro começou ontem o dia em queda, com a venda generalizada do metal, mas, no fechamento, os mercados futuros contiveram as perdas e ficaram quase estáveis. O ouro negociado na Comex, em contrato para abril, caiu US$ 1,40 (0,12%), fechando a US$ 1.118,70 a onça-troy.
Durante o ano passado, o Fundo vendeu 200 toneladas ao Banco Central da Índia, que pagou US$ 6,7 bilhões; duas toneladas à Ilha Maurício por US$ 71 milhões; e 10 toneladas ao Sri Lanka por US$ 375 milhões.
O organismo tinha no fim de janeiro uma reserva de 3.005 toneladas de ouro, que a preços de mercado estavam avaliadas em US$ 105 bilhões. Parte desse total é contribuição dos países-membros ou se refere a pagamento de juros.
Em 2008, o Conselho Executivo do Fundo aprovou a venda de 403,3 toneladas de ouro da reserva da entidade, como resposta aos problemas orçamentários pelos quais atravessava a instituição. A crise bateu novamente à porta do FMI com grande número de países em busca de crédito e o Fundo seguiu adiante com seu projeto de venda de ouro.
A instituição usará a maioria das receitas para ampliar um fundo de investimentos que gere rendimento para custear suas operações, enquanto o resto do dinheiro será empregado para subsidiar empréstimos aos países pobres.
Alerta ao G-7
Relatório do FMI diz que o G-7, grupo das sete nações mais industrializadas, precisa manter medidas de estímulo econômico às suas economias, mas ao mesmo tempo preparar estratégias consistentes de saída. O documento foi apresentado neste mês aos ministros de Finanças dos sete países durante reunião no Canadá.
O relatório não apresentou nenhuma mudança de projeções, reiterando as estimativas de janeiro de que a economia mundial deverá se expandir 3,9% neste ano e 4,3% em 2011. Mas forneceu uma estimativa específica para o G-7 de expansão de 2,1% em 2010 e de 2,3% no próximo ano.
O FMI fez um apelo aos bancos centrais para que mantenham baixas as taxas de juros até o fim deste ano.
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