A inflação sentida entre as famílias de baixa renda acelerou fortemente em janeiro, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV). O Índice de Preços ao Consumidor - Classe 1 (IPC-C1), usado para mensurar o impacto da movimentação de preços entre famílias com renda mensal entre um e 2,5 salários mínimos, subiu 1,32% no primeiro mês deste ano, após avançar 0,16% no último mês do ano passado. Com este resultado, a taxa acumulada do IPC-C1 em 12 meses até janeiro é positiva em 4,30%.
A taxa do IPC-C1 do mês passado também ficou acima da inflação média apurada entre famílias mais abastadas, com renda mensal entre um e 33 salários mínimos, mensurada pelo Índice de Preços ao Consumidor - Brasil (IPC-BR), e que subiu 1,29% em janeiro. Porém, segundo a fundação, a inflação acumulada em 12 meses pelo IPC-C1 é levemente inferior à taxa no mesmo período até janeiro do IPC-BR, de 4,42%.
Na passagem de dezembro para janeiro, a principal contribuição para a taxa maior do IPC-C1 foi influenciada por mudanças bruscas nas variações de preços de dois grupos: Alimentação (de -0,16% para +1,33%) e Transportes (de +0,01% para +5,06%). Em cada uma destas classes de despesa, houve aceleração da taxa de inflação ou fim de deflação, respectivamente, em tarifa de ônibus urbano (0,00% para 5,39%) e em hortaliças e legumes (-2,28% para +4,09%). Das sete classes de despesa usadas para cálculo do IPC-C1, quatro apresentaram acréscimos nas taxas no mesmo período. Além dos dois grupos já citados, é o caso de Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,18% para 0,19%) e de Educação, Leitura e Recreação (de 0,08% para 2,45%).
Já os três grupos restantes apresentaram desaceleração de preços ou início de deflação. É o caso de Habitação (de 0,25% para 0,23%), Vestuário (de +2,17% para -0,10%) e Despesas Diversas (de 0,36% para 0,25%). A FGV informou ainda que, em janeiro, entre os produtos pesquisados para cálculo do IPC-C1, as mais expressivas elevações de preços foram detectadas em tarifa de ônibus urbano (5,39%), batata-inglesa (15,69%) e leite tipo longa vida (4,93%). Já as mais expressivas quedas foram registradas em tomate (-14,35%), limão (-19,31%) e cebola (-7,92%).
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