A grande pergunta de bilhões de dólares proposta aos economistas, empresários e autoridades congregados na semana passada pelo Fórum Econômico Mundial, realizado em Davos, na Suíça, continua sem resposta: qual o momento certo para desmontar os incentivos usados pelos governos para atenuar os efeitos da recessão? Chineses, indianos, brasileiros e outros emergentes têm perspectivas de firme crescimento neste ano, mas a recuperação nos Estados Unidos e na Europa ainda é insegura e ninguém sabe quando o setor privado poderá caminhar sem apoio dos governos.
O problema da decisão foi bem resumido pelo diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn. Se os estímulos forem mantidos por tempo demais, a dívida pública irá para as alturas e o ajuste do orçamento será muito difícil. Se forem retirados antes da hora, a economia poderá afundar de novo e, nesse caso, poderá faltar munição para os governos, porque o estoque de incentivos já foi amplamente usado.
Conclusão: o primeiro erro será menos custoso que o segundo. Mas também não será desprezível, e o presidente Barack Obama tem chamado atenção para isso. A arrumação das contas será mais fácil com a economia de novo em crescimento, e assim mesmo será dolorosa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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