Com a economia mais sólida e estável da América Latina, o Chile não deve ver grandes alterações nos pilares de seu modelo de desenvolvimento agora que a centro-direita chegou ao poder. Mas o recém-eleito presidente Sebastián Piñera pode de fato fazer algumas ligeiras alterações na condução da economia do país. Isso ficou claro quando Piñera anunciou "mudanças profundas" na estatal do cobre Codelco, ontem, embora para a privatização de parte da companhia (proposta que o candidato já chegou a defender) seja necessário o apoio pouco provável de uma maioria qualificada no Congresso.
"Em linhas gerais, podemos esperar um governo um pouco mais favorável ao mercado e à redução de impostos, e mais focado no crescimento do que na busca da equidade social - mas será uma questão de matizes", disse ao Estado o economista Joseph Ramos, da Universidade do Chile. O programa econômico do novo presidente - apresentado durante a campanha pelo economista Felipe Larraín - inclui a redução de impostos para incentivar a produção principalmente em pequenas e médias empresas; estímulos para a inovação e capacitação; e uma reforma do Estado com o objetivo de melhorar a gestão.
Segundo Larraín, as metas internas de Piñera para o Chile são voltar a crescer a um ritmo de 6% e criar 1 milhão de empregos, acabando com a extrema pobreza em 2014. Na política externa, ele também deve manter as diretrizes da coalizão de centro-esquerda Concertação, que reduziu a média das tarifas de importação de 15% para 6% e nessas duas décadas em que esteve no governo assinou mais de 20 tratados de livre comércio. Piñera diz que Brasil e Argentina estarão entre as suas prioridades. E no que diz respeito às relações com o País, um dos principais projetos é a estrada para ligar o território brasileiro com portos chilenos, abrindo no Chile uma importante rota para o comércio Brasil-Ásia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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