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23/12/2009 - Selic em alta e Bolsa moderada devem reger opção de investimento em 2010
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Quando analisam opções de investimento para 2010, os especialistas, independentemente de divergências sobre os rumos da economia, têm duas certezas. A primeira que o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo, não terá um novo ano dourado, como ocorreu 2009, com a estupenda valorização de 80%. A outra que a taxa básica de juros, a Selic, vai subir, aumentando a atratividade de investimentos conservadores, como fundos que aplicam em contratos de Depósitos Interfinanceiros (DI) e títulos públicos do Tesouro Direto.
Mas os desdobramentos práticos dessas duas certezas são variados. Por exemplo: qual o ritmo e o tamanho da elevação dos juros? Não há consenso, com projeções para a Selic (atualmente em 8,75% ao ano), que oscilam entre 9,5% e 12% para o final de 2010. Se os juros subirem lentamente, a atratividade de investimentos conservadores, com exceção da poupança, fica prejudicada.

As opiniões sobre o comportamento do mercado acionário também divergem, o que faz com que a alternativa venha embrulhada numa mensagem de cautela. O sócio-diretor do Banco Geração Futuro de Investimento, Wagner Salaverry, prevê alta de 25% para o Ibovespa em 2010. Para os cerca de 70 mil clientes pessoa física reunidos em fundos e clubes de investimento do banco, ele mantém a recomendação de papéis de empresas produtoras de commodities e do setor financeiro.

Mas para ganhar na Bolsa, será necessário fazer bem a lição de casa, com análise caso a caso. Quais ações podem dar bons lucros em 2010? Não há campeões por antecipação, alertam especialistas. Mas papéis de empresas voltadas para o mercado interno são sempre lembrados como alternativas. Alguns analistas apostam que compras e fusões de grandes companhias, como as que foram anunciadas em 2009, devem continuar, turbinando papéis. Na mira desses profissionais, estão os setores de comércio, bancos e construção civil.

Crescimento e inflação

Por trás das incertezas sobre os rumos da economia que influenciarão as decisões de investimento em 2010, há consenso de que o Brasil crescerá de forma vigorosa, enquanto os Estados Unidos continuarão patinando. Alguns economistas projetam alta de até 6% para o PIB brasileiro. "O que ainda não está bom vai ficar melhor", diz o sócio da M2 Investimentos, Luiz Gustavo Medina, sobre o desempenho de dados como vendas, produção industrial e emprego.

Essa perspectiva de crescimento econômico pode ser comemorada, mas traz desdobramentos. Um deles é a ameaça de alta da inflação, que ficou comportada em 2009 - abaixo da meta de 4,5%. No final de novembro, os economistas começaram a revisar - para cima - as projeções para o IPCA para o ano que vem. A inflação pode se aproximar ou superar 5%, mas ainda dentro do intervalo de dois pontos porcentuais acima ou abaixo.

Essa dobradinha crescimento-inflação, associada ao aumento de gastos públicos, determinará a velocidade e a intensidade de alta dos juros. "O comportamento da inflação preocupa", atesta o economista da LLA Investimentos, Sérgio Manoel Correia, explicando que os negócios com contratos de juros futuros revelavam, em dezembro, expectativa de alta forte e até rápida. Muitos economistas apostam na elevação da taxa no primeiro trimestre, mas outros apenas no segundo semestre.

De todo modo, os economistas lembram que, olhando para o histórico de aumento das taxas, o próximo ciclo de alta deve ser suave. "Não vamos ter mais a remuneração da renda fixa do passado", alerta Salaverry. "O brasileiro vai ter de aceitar algum risco a mais para aumentar o rendimento das aplicações."

Após o resultado frustrante do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre, que subiu 1,3% na comparação com o trimestre anterior, ficou evidente que a retomada econômica é mais lenta do que o imaginado. Embora não tenha mudado as projeções otimistas para o PIB em 2010, o resultado reduziu a pressão pela retomada de alta dos juros, reforçando a ala de economistas que acredita que a taxa deve demorar a subir.

Juros em ano eleitoral

Antes de elevar juros, o BC deve voltar a endurecer regras flexibilizadas no auge da crise. Pode, por exemplo, aumentar o porcentual de depósitos compulsórios exigido dos bancos. É uma maneira de reduzir os recursos disponíveis para empréstimos, desaquecendo o mercado de crédito.

Mas, nessa equação, pesa também a permanência ou não de Henrique Meirelles na presidência do Banco Central até o final do mandato do presidente Lula. Uma mudança de comando, caso ele decida disputar um cargo eletivo, pode levar à necessidade de alta das taxas, caso o mercado suspeite da possibilidade de alguma alteração mais aguda na condução da política monetária.

"Se Meirelles estiver no comando do BC, a certeza é de alta dos juros de forma mais rápida e numa intensidade menor", pondera Medina, que projeta a taxa Selic em 11% no final de 2010. A pesquisa Focus, do Banco Central, mostra que a projeção média de 100 instituições financeiras supera 10%, embora algumas ainda falem em 9,5%.

O gestor de recursos da Hera Investment, Mauro Giorgi, só espera elevação das taxas a partir do segundo semestre, discordando que a inflação seja uma ameaça. Nessa perspectiva, o cenário para investimentos em 2010 não sofreria grande reviravolta em relação ao do ano anterior. A eleição presidencial também não o preocupa - assim como a maioria dos profissionais de mercado.

"Qualquer que seja o cenário, não se imagina que o governo ou a oposição promovam mudanças que gerem apreensão. A expectativa é de manutenção da política econômica", diz Salaverry, da Geração.

Se não temem a disputa política, os especialistas afirmam que a independência do Banco Central na condução da política monetária pode ser posta à prova num ano eleitoral - principalmente se Meirelles não for o chefe. A dúvida é simples: a alta dos juros seria adiada para não atrapalhar a campanha do candidato do governo. Afinal, a alta dos juros pode ser vista como um breque na economia.

Poupança e dólar

O ano eleitoral não gera apenas incertezas. Os gestores de investimentos estão certos de que o governo Lula não desengavetará, em 2010, o projeto, apresentado em maio passado, que previa a cobrança de Imposto de Renda para aplicações na caderneta de poupança com saldo a partir de R$ 50 mil. "A medida é impopular e seria usada pela oposição contra o governo Lula", afirma Correia.

A partir dessa perspectiva, a poupança continua como opção de investimento se a alta dos juros vier suavemente, para quem possui recursos limitados ou pretende usar o dinheiro no curto prazo. Mas, ao contrário, se a taxa subir veloz e intensamente, a atratividade dos fundos DI aumenta.

Os gestores acreditam que os fundos multimercados, campeões em captação em 2009, principalmente pelo movimento registrado nos últimos meses, continuarão atrativos. À medida que podem incluir na carteira de investimentos um leque amplo de ativos, os multimercados apresentam rentabilidade superior a dos fundos conservadores, como DI, renda fixa e curto prazo que patinaram em 2009.

Em contrapartida, a recomendação dos especialistas para o dólar é clara: a moeda norte-americana não deve ser avaliada como um investimento. Em 2009, a desvalorização do dólar comercial supera 20%. Os economistas concordam que as cotações devem permanecer em torno de R$ 1,70 e R$ 1,80 no próximo ano. A pesquisa Focus, do BC, projeta o dólar em R$ 1,75 no final de 2010 - ou seja, quase no mesmo lugar em que terminou em dezembro.






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