Depois do anúncio de alta de 1,3% do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre em relação ao segundo trimestre, na quinta-feira passada, o mercado financeiro reduziu suas projeções para o crescimento da economia em 2009. É o que revelou ontem o relatório Focus, elaborado pelo Banco Central a partir das projeções realizadas semanalmente por cerca de cem instituições financeiras.
A pesquisa mostrou que os economistas reduziram a projeção do PIB do ano de uma alta de 0,21% para uma queda de 0,26%. Para 2010, a previsão para o PIB foi melhorada de um crescimento de 5% para um avanço de 5,03%. No mesmo levantamento, a estimativa para a produção industrial em 2009 segue negativa, mas houve leve melhora de uma queda de 7,73% para um recuo de 7,65%. Para 2010, a projeção para o desempenho da indústria passou de crescimento de 6,85% para uma alta de 7%.
A pesquisa demonstra que foi mantida a previsão de que a taxa básica de juros suba para 10,63% em 2010. Não foi feita previsão para a taxa referente ao final de 2009, já que a Selic foi mantida semana passada pelo Comitê de Política Monetária em 8,75% ao ano, na última reunião de 2009.
O mercado financeiro aumentou a expectativa de alta para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2009, de 4,26% para 4,31%. A previsão dos analistas ficou dentro da meta de inflação para este ano, que é de 4,50%. Na mesma pesquisa, a estimativa para o IPCA em 2010 subiu de 4,48% para 4,50%, exatamente no centro da meta, que também é de 4,50% no ano que vem.
A estimativa para a inflação de dezembro foi mantida. Para este mês, a previsão para o IPCA ficou em 0,37%. O dado do IPCA de dezembro deve ser divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no dia 13 de janeiro do ano que vem. Para janeiro de 2010, a estimativa de IPCA seguiu em 0,49%.
Analistas aumentaram a previsão para o patamar do dólar no fim do ano. O nível da moeda norte-americana no fim de 2009 subiu de R$ 1,70 para R$ 1,73. Para o fim de 2010, foi mantida a expectativa de que a cotação da moeda norte-americana fique em R$ 1,75. A previsão de câmbio médio no decorrer de 2009 manteve-se em R$ 1,99.
O mercado financeiro manteve as previsões para o déficit nas contas externas em 2009. A estimativa para o déficit em conta-corrente neste ano ficou em US$ 18 bilhões. Para 2010, a previsão de déficit em conta-corrente do balanço de pagamentos subiu de US$ 37 bilhões para US$ 40 bilhões. A previsão de superávit comercial em 2009 ficou em US$ 25 bilhões. Para 2010, a estimativa para o saldo da balança comercial caiu de US$ 12 bilhões para US$ 11,3 bilhões. Analistas mantiveram a estimativa de ingresso de Investimento Estrangeiro Direto (IED) em 2009 em US$ 25 bilhões. Para 2010, a estimativa para o IED foi mantida em US$ 35 bilhões.
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