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07/12/2009 - Copenhague começa a decidir futuro do planeta
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A megaestrutura montada no Bella Center, centro de eventos que recebe a partir de hoje cerca de 15 mil pessoas para a 15ª Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas (COP-15), representa o tamanho do desafio proposto para 193 nações que participam das discussões em Copenhague, na Dinamarca. A missão das delegações e dos cerca de 100 chefes de Estado e de governo, que devem comparecer só na fase final do debate dentro de duas semanas, é firmar um acordo para impedir que a temperatura média do planeta suba mais que 2 graus Celsius até o fim deste século.
Para isso, segundo o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em ingês), é preciso que o esforço conjunto de todos os países reduza entre 25% e 40% as emissões de gases que provocam o efeito estufa, até 2020, considerando o nível calculado em 1990. As propostas apresentadas até agora pelos países ricos (únicos que chegam à capital da Dinamarca com a obrigação de apresentar metas para reduzir os atuais níveis de emissões de gás carbônico), no entanto, não atendem sequer à metade do piso do cálculo produzido pelos cientistas.
O secretário executivo da COP-15, Yvo de Boer, afirmou ontem que todas as propostas apresentadas até agora podem e precisam ser elevadas durante a discussão. Ele exortou os países ricos a apresentar volumes inéditos de recursos para financiar ações de mitigação dos efeitos causados pelos gases de efeito estufa nos países pobres e em desenvolvimento. “Em termos de financiamento imediato, acredito que precisamos de U$ 10 bilhões para 2010, U$ 10 bilhões em 2011 e U$ 10 bilhões em 2012. Isso é para começar o financiamento. Claramente, nós sabemos que vamos precisar de outras centenas de bilhões de dólares até 2020 ou 2030”, avaliou de Boer.
As principais ações de mitigação, que devem ser patrocinadas nacional e internacionalmente, são esperadas de países como a China, a Índia e o Brasil, que têm alto nível de emissões de gás carbônico e, ao mesmo tempo, destacam-se pelo crescimento econômico e pela elevada capacidade de desenvolvimento de tecnologia limpa.
No caso do Brasil, a proposta apresentada em novembro é de reduzir entre 36,1% e 38,9% o nível de emissões projetado para 2020. Metade do objetivo, segundo o governo, pode ser alcançado reduzindo em 80% o desmatamento na Amazônia nos próximos 11 anos.
Os projetos para tornar economicamente atrativa a manutenção da floresta em pé, conhecidos no jargão ambiental como Redds (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação), serão um dos pontos-chave da conferência, segundo o coordenador temporário do Grupo de Ação para Mudanças Climáticas, Michael Zammit Cutujar.
Os planos asseguram financiamento internacional para ações de mitigação nos países pobres e em desenvolvimento. Até agora, o Brasil já apresentou 38 projetos de Redd, que também devem ser analisados em Copenhague. O negociador do Brasil na COP-15, embaixador Luís Alberto Figueiredo, lembrou, no entanto, que a conferência tem outras prioridades, mais importantes que a redução do desmatamento: o compromisso dos países ricos com a redução das emissões de gás carbônico.





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