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20/11/2009 - Brasil é o melhor dos BRICs para negócios
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O ambiente econômico do Brasil atingiu, entre julho e outubro, a melhor avaliação desde 1989 e se consolidou como um dos mais atraentes do mundo para investimentos. É o que mostra a Sondagem Econômica da América Latina, elaborada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica da Universidade de Munique. O estudo identificou pontuação de 7,4 para o Brasil no cálculo do Índice de Clima Econômico (ICE), o maior da série histórica.
Na escala de 1 a 10, o resultado superior a 5 é considerado favorável ao crescimento econômico. Na medição anterior, entre abril e julho, o índice do Brasil foi de 5,5. Ele vem se recuperando desde janeiro deste ano, quando caiu a 3,9. A sondagem ratifica a percepção de que o Brasil liderou a recuperação da conjuntura na América Latina (cujo ICE avançou de 4,0 para 5,2 no trimestre) e supera as outras potências emergentes do Bric (China, Índia e Rússia) no cenário econômico após o pior da crise.
Com isso, o País entra no que os técnicos caracterizam como fase de "boom", que também foi atingida por China e Índia, mas com índices menores: 6,5 e 7,0, respectivamente. Essa situação é definida quando os dois subíndices cuja média forma o ICE - Índice de Situação Atual (ISA) e Índice de Expectativas (IE) - ficam acima de 5. Os dados mostram que o bom resultado do Brasil é mais influenciado pelo otimismo em relação ao futuro, expresso no IE de 8,4 (atingido anteriormente apenas em 2000 e 2004). No entanto, o País tem vantagens sobre os outros porque a situação atual também é vista como favorável, com ISA de 6,4. A visão da China atual, por exemplo, é fronteiriça: 4,9.
Entre os Brics, apenas a Rússia está fora da zona de avaliação favorável do clima econômico, onde também está a maior parte dos países desenvolvidos. Embora o otimismo em relação à recuperação seja alto em quase todo o mundo, com o IE alcançando 8 pontos nos Estados Unidos, os países ricos ainda sofrem com uma percepção muito ruim da momento atual. O ISA americano é de 1,8. A sondagem foi feita a partir de questionários respondidos por 142 especialistas em 16 países e confirma o aparente crescimento da avaliação dos investidores estrangeiros em relação ao Brasil, expressa na capa da respeitada revista britânica The Economist. Segundo a economista da FGV Lia Valls, indicadores como emprego, inflação e déficit em conta-corrente financiado pelo crescimento do investimento externo direto são bem vistos pelos entrevistados. "Dizem que o Brasil está na moda", brincou.
No entanto, os consultados citaram como preocupantes fatores que afetam a competitividade do País (como deficiência de infraestrutura, estrutura tributária ou câmbio), e o crescimento do déficit público. "O Brasil não só se destaca, como é o único em crescimento. Na prática, é como se o País tivesse ficado apenas um trimestre em recessão", afirmou Lia. Segundo a economista, o País está muito próximo da conjuntura do período de forte crescimento do pré-crise, entre 2006 e 2008. "O resultado se deve mais à expectativa do que ao cenário atual, revelando ainda certa fragilidade", ressaltou.
O Brasil puxa a recuperação na América Latina, mas no ranking do clima econômico, que avalia o ICE médio dos últimos 4 trimestres, ainda perde para o Peru, que também tem tido bom desempenho. Além do país andino e do Brasil, apenas o Uruguai passou para a fase de "boom" no continente, saltando da condição de recessão em que estava na última sondagem. Chile, Colômbia e México permanecem na fase de recuperação, quando a perspectiva positiva ainda contrasta com a avaliação atual ruim. Argentina e Paraguai saíram da recessão, caracterizada por ISA e IE desfavoráveis, e entraram no ciclo de recuperação, mas a situação ainda é frágil. O Equador aprofunda a sua recessão com queda do ISA de 3,4 para 2,0 e elevação de apenas 0,2 ponto porcentual sobre IE de 3,8 de julho. Outro país com avaliação ruim é a Venezuela, que teve queda de 4,5% do PIB no terceiro trimestre anunciada anteontem. Embora tenha melhorado nas avaliações, ainda não conseguiu sair da zona de recessão, com ICE de 3,7.






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