O pagamento do 13º salário deve resultar na injeção de cerca de R$ 84,8 bilhões na economia brasileira até o final do ano. Os dados divulgados ontem pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) revelam que este montante representa cerca de 2,8% do Produto Interno Bruto (PIB) do País. De acordo com a pesquisa, o valor engloba os trabalhadores do mercado formal, inclusive os empregados domésticos e beneficiários da Previdência Social, aposentados e beneficiários de pensão da União e dos estados.
Conforme estimativa do Dieese, os R$ 84,8 bilhões devem ser pagos a 69,925 milhões de pessoas. A pesquisa considera dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). No Rio Grande do Sul, o pagamento do 13° salário aos gaúchos deverá acrescentar cerca de R$ 5,4 bilhões na economia, aproximadamente 6,4% do total do Brasil e 41,5% da região Sul. Esse montante representa em torno de 2,7% do PIB estadual.
Segundo o Dieese, o contingente de pessoas no Estado que receberá o 13º foi estimado em 4,810 milhões, o correspondente a 6,9% do total que terá acesso ao beneficio no Brasil. Em relação à região Sul, esse percentual é de 40%. Os empregados do mercado formal, celetistas ou estatutários representam 55,7%, enquanto pensionistas e aposentados do INSS equivalem a 44,3%. O emprego doméstico com carteira assinada participa com 2,7%.
Em relação à distribuição dos valores que cada segmento receberá, os empregados formalizados ficarão com 66,4% (R$ 3,5 bilhões) e os beneficiários do INSS, com 25,8% (R$ 1,39 bilhão), enquanto aos aposentados e pensionistas do estado do Regime Próprio caberão 7,8% (R$ 422 milhões). Para os empregados domésticos serão destinados 1,3% ou R$ 68 milhões.
O resultado anima o varejo. Além dos sinais de que as vendas de Natal poderão atingir um desempenho positivo neste ano, como acredita o ministro da Fazenda, Guido Mantega, o consumidor gaúcho também contribui para as boas expectativas. A inadimplência medida pelo Serviço de Proteção ao Crédito do Rio Grande do Sul (SPC/RS) registrou no mês de outubro o menor índice do ano: 10,9%. Em setembro, o número foi de 11,8%. O clima de confiança na economia e a volta do crédito para o consumidor contribuem para o cenário.
"Outro fator importante é a proximidade do Natal, que representa uma ótima motivação para os consumidores colocarem as contas em dia", explica Vilson Noer, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre, entidade que faz o gerenciamento do SPC-RS. A tendência de redução na inadimplência também foi verificada nos números do Departamento de Assistência ao Consumidor do SPC (Deacon), que atendeu em outubro a mais de 23 mil consumidores, cerca de mil pessoas por dia. evitando assim fraudes no varejo e muita dor de cabeça para os consumidores.
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