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29/10/2009 - IOF derruba entrada de dólares no Brasil
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O ingresso de dólares para investimento financeiro no Brasil despencou 73% após o início da taxação com o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Dados divulgados ontem pelo Banco Central mostram que nos quatro primeiros dias com o novo imposto, entre 20 e 23, o País recebeu média diária de US$ 248 milhões para essas aplicações. O valor corresponde a cerca de um quarto da média observada nos dias anteriores à medida. De 1 a 19 de outubro, o valor diário estava em US$ 919 milhões. Mas, mesmo em ritmo menor, os recursos externos continuam ingressando no País e o fluxo cambial segue positivo.
Mesmo se for retirada a expressiva entrada de US$ 4,15 bilhões destinada à compra de ações da unidade brasileira do Santander, ocorrida no início do mês, a diferença entre os dois períodos é imensa. Após a taxação do IOF, o ingresso médio de dólares caiu 60,3% na comparação com o período anterior excluindo-se os recursos para a operação na BM&FBovespa.
A nova taxação tenta diminuir o ritmo de entrada de dólares para a compra de ações e títulos de renda fixa no Brasil. Desde o dia 20, todos os recursos que ingressam para essas operações pagam alíquota de 2% de IOF. A medida é uma reação à valorização do real frente ao dólar norte-americano, movimento que tem prejudicado duramente exportadores brasileiros. Após a adoção da nova alíquota, houve, inclusive, saída líquida de dólares em um dia: a quinta-feira, 22 de outubro.
Nessa data, estrangeiros retiraram US$ 141 milhões que estavam alocados no Brasil. O dia, porém, não anulou o movimento positivo observado no restante do mês. Na quarta semana de outubro, período que coincide com o início da taxação, o Brasil recebeu US$ 2,35 bilhões, sendo que US$ 2,11 bilhões ingressaram em operações como a aplicação em ações e títulos e investimentos produtivos. O restante foi gerado pelo comércio exterior.
No acumulado do mês até o dia 23, o País acumula a entrada líquida de exuberantes US$ 12,84 bilhões. Desse valor, US$ 12,02 bilhões ingressaram para o mercado financeiro e investimentos produtivos. O número foi diretamente inflado pelo lançamento de ações do Santander que atraiu R$ 14,1 bilhões de investidores nacionais e estrangeiros. "Ainda é muito cedo para falar em uma tendência. Os números ainda mostram apenas um momento e já havia expectativa de que o impacto inicial seria mesmo negativo", diz o economista-chefe do Banco Schahin, Silvio Campos Neto.
O executivo observa que os números da semana atual também devem ser negativos porque ainda há efeito do IOF e, entre os estrangeiros, houve aumento da aversão ao risco em todos os mercados internacionais, inclusive no Brasil. Para ele, será necessário esperar algumas semanas para observar o real impacto da medida. Segundo Campos Neto, as ações que mais sofrem com a queda da demanda estrangeira são papéis da Vale, Petrobras e siderúrgicas.






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