O Rio Grande do Sul é apontado como principal destino de investimentos privados para a Região Sul em 2008. De acordo com levantamento da PricewaterhouseCoopers (PwC), 54,3% das empresas priorizarão o Estado com seus aportes neste ano, sendo que o Paraná tem 28,4% das indicações, e Santa Catarina, 23,5%. "Pela primeira vez no levantamento, mais da metade dos entrevistados declararam preferência por investir no Rio Grande do Sul", afirmou Carlos Biedermann, sócio da PwC, durante a reunião-almoço Tá na Mesa, ontem, na Federasul.
A pesquisa "A Força do Sul - Sondagem Empresarial" ouviu 81 empresários da Região. Geralmente, o Estado divide em pé de igualdade com o Paraná as intenções de aportes. Neste ano, no entanto, a intenção do governo paranaense de retirar incentivos fiscais e rever contratos tem espantado os investidores. Os gaúchos, por sua vez, têm um diferencial importante na mão-de-obra qualificada e na qualidade de vida.
Outro aspecto favorável foi a disponibilidade de tecnologia: 23% dos entrevistados enxergam o Estado como pólo de alta tecnologia. Biedermann comentou, ainda, que a confirmação do investimento da Aracruz em ampliação pode ser um chamariz valioso para outros grandes aportes ao Estado. Por outro lado, o Rio Grande ainda assusta quando se trata de tributos elevados e escassez de incentivos fiscais, mostrou a sondagem.
Conforme a pesquisa, 82% dos entrevistados aponta a carga tributária como o tema que deveria ser uma prioridade dos governos na área econômica, seguido de corrupção e política cambial, com 9,9% cada uma. A expectativa da maioria (58%) é de que 2008 seja um ano melhor que o anterior no cenário político-econômico, sendo que 30,9% indicam que será igual e 11,1%, pior.
Os setores mais otimistas com os negócios no Rio Grande do Sul e no Paraná são aqueles ligados ao agronegócio, seguido por petroquímico (especialmente no Estado) e automobilístico (no Paraná). Em Santa Catarina, quem demonstra mais esperança são as empresas do ramo de turismo e hospedagem.
Quanto às prioridades para investimentos, 70% irão priorizar as instalações industriais, ficando a produção com 41,3%, e a tecnologia com 40% das respostas. No ano passado, as prioridades eram os sistemas de gestão. "O ano anterior foi para arrumar a casa. Agora, otimistas com os rumos da economia, as empresas vão ampliar a produção", observou Biedermann. Em média, cada entrevistado pretende investir R$ 15 milhões ao longo do ano.
A pesquisa indica que haverá uma maior participação de mercado para 63% dos entrevistados, enquanto que ficará igual para 25,9% e menor para 9,9%, na comparação com 2007. A crise nos EUA não assusta os entrevistados, segundo a PwC
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