A partir de 19 de outubro, uma nova ferramenta inédita em todo o mundo será implantada para facilitar o pagamento de boletos em cerca de 70 bancos do País: o Débito Direto Autorizado (DDA). Desenvolvido pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) em parceria com outras associações bancárias, o novo serviço de apresentação eletrônica das contas foi criado para substituir a forma impressa e deve tirar de circulação em torno de 1 bilhão de boletos em papel em até três anos, de acordo com a meta estabelecida pela instituição financeira.

“O DDA é uma evolução tecnológica que facilitará a vida dos clientes e trará contribuições para o meio ambiente”, explica o coordenador do grupo de trabalho sobre DDA da Febraban, Marcelo Pereira. “Atualmente, cerca de 2 bilhões de boletos são processados anualmente pelos bancos. Sem a emissão desse volume de papel, a economia será equivalente a 1 bilhão de litros de água, 4 milhões de KW/hora e milhões de quilogramas de dióxido de carbono.”

O DDA terá o mesmo valor legal dos atuais boletos impressos e será um mecanismo de adesão voluntária. Por meio do sistema, será possível substituir os boletos de cobrança impressos, que passarão a ser acessados via internet, caixas eletrônicos ou telefone celular. Para participar, o cliente, pessoa física ou jurídica, se cadastra como sacado eletrônico em um ou mais bancos nos quais tem conta. Para isso, basta preencher um formulário. Já a empresa que receberá o pagamento, ou cedente, se cadastra no banco de seu relacionamento para que suas cobranças sejam registradas e emitidas pelo banco.

Se o pagador estiver cadastrado e o recebedor tiver registrado suas cobranças, será possível visualizar o boleto eletrônico pelo DDA. Os boletos ficarão disponíveis para consulta e serão todos armazenados no banco de dados da Câmara Interbancária de Pagamentos (CIP), mas quitá-los continuará sendo uma opção do cliente.

O principal cuidado que o usuário deve ter é observar que o DDA não é o mesmo que débito automático. A diferença é que, no DDA, o cliente visualiza a cobrança e decide se quer e quando irá pagá-la. Já no débito automático, há um acerto prévio com o banco de que a conta será debitada automaticamente na data de vencimento. Por isso, o DDA não é um débito automático e, sim, uma forma eletrônica de visualizar os boletos de cobranças.

Os principais benefícios da nova modalidade para o cobrador são a agilidade, certeza da entrega, integridade dos dados e segurança. Para o pagador são o fácil acesso ao boleto, sigilo e confidencialidade dos dados, automação do processo de contas a pagar e a redução do tempo de envio.

Para implantar o DDA, foram investidos inicialmente R$ 20 milhões para a contratação da empresa vencedora da concorrência para o desenvolvimento dos sistemas e da infraestrutura. Nos próximos nove anos, serão mais R$ 77 milhões. Além disso, cada banco está investindo para se adaptar tecnologicamente ao DDA. O valor total do setor não foi consolidado.