O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e os líderes de outros seis países da América do Sul, entre eles o do Brasil, assinaram um acordo para a criação do chamado Banco do Sul, que poderia ter mais de US$ 20 bilhões em capital, segundo Chávez. O banco será aberto com um capital de US$ 7 bilhões, disse o ministro de Finanças da Venezuela, Ali Rodriguez. Argentina, Brasil e Venezuela farão depósitos de US$ 2 bilhões cada. Equador e Uruguai farão depósitos individuais de US$ 400 e a Bolívia e o Paraguai farão contribuições de US$ 100 milhões cada um. A constituição do banco é uma ideia original de Chávez, que vem trabalhando no projeto deste 2007.
O objetivo da instituição é competir com agências multilaterais como o Fundo Monetário Internacional (FMI), que para Chávez são ferramentas dos países ricos para prejudicar as nações sem desenvolvimento. “O Banco do Sul é o nosso banco, para acumularmos nossas reservas, as mesmas que eles usam em países do norte para oferecer empréstimos para nós”, disse Chávez na noite de ontem durante a reunião de cúpula conjunta de países da África e da América do Sul, realizada na ilha venezuelana de Margarita. Ele disse que os países ricos têm feito o mundo em desenvolvimento “de bobo” há anos com tais empréstimos, mas que “não somos mais bobos”.
O acordo para a criação do banco foi assinado por Chávez e por líderes da Argentina, Bolívia, Equador, Brasil, Paraguai e Uruguai. A Colômbia não participa do acordo. Seus representantes já haviam afirmado no passado que o país não faria parte do banco se o objetivo fosse rejeitar outros credores como o FMI ou o Banco Mundial. A Colômbia é o principal aliado dos Estados Unidos na América do Sul.
O ministro de Finanças da Venezuela, Ali Rodriguez, explicou que o banco, assim que estabelecido, “vai permitir a transformação de estruturas produtivas dos países integrantes e fortalecer a cooperação que já existe entre eles”.
Ainda há muito a ser feito antes de o banco se tornar realidade. Legisladores dos sete países precisam ser convencidos a apoiar a ideia. Também durante a reunião, Chávez falou de seu plano de criar uma zona monetária conjunta para reduzir a dependência do dólar.
O Sistema Sucre, como Chávez o denomina, permitiria que as transações comerciais realizadas entre os países fossem realizadas sem basear seus valores no dólar, a principal moeda do comércio mundial. Chávez forneceu poucos detalhes sobre como o Sistema Sucre funcionaria. O nome é uma homenagem a Antonio Jose de Sucre, um herói sul-americano do século 19.
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