Os longos períodos de estiagem que atingiram os municípios da Fronteira Oeste do Estado este ano resultou em cerca de 1,4 mil trabalhadores rurais desempregados. A chuva das últimas semanas, que deixou famílias desabrigadas em outras áreas no Rio Grande do Sul, chegou com menor intensidade à região.
Omunicípio que mais desempregou trabalhadores foi Alegrete. Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Amancio Macedo, cerca de 900 pessoas perderam o emprego este ano – a maioria trabalhava para arrozeiros. Com a falta de chuva, o município decretou situação de emergência três vezes em 2009. Cerca de 130 famílias necessitam do caminhão pipa para ter água, e açudes e barragens estão praticamente secos. Os prejuízos na agricultura ultrapassam R$ 1 milhão.
A meteorologista Estael Sias explica que os meses de inverno têm sido secos na região devido à frequência de massas de ar polar (ar seco e frio) sem intervalos suficientes para possibilitar a ocorrência de chuva.
Depois de três anos de trabalho em uma granja, Paulo Roberto Camargo, 51 anos, foi dispensado na metade deste ano. O patrão, produtor de arroz, alegou que os mananciais baixos não garantiriam nem metade da área plantada na propriedade.
– Ele preferiu ficar com o funcionário mais antigo – diz Camargo, que tem cinco filhos pequenos.
Luiz Carlos Gonçalves, funcionário de uma granja em Barra do Quaraí, teve mais sorte, mas lamenta ter visto quatro dos seis colegas irem embora:
– As casas dos funcionários estão na maioria fechadas.
Para o secretário de Agricultura de Barra do Quaraí, Idelcio Pillar Rodrigues, se chover bastante em setembro, muitos arrozeiros podem recontratar.
– Tem o plantio de arroz que se inicia agora, e o trigo começa a ser colhido em outubro. Muita gente pode conseguir recolocação – afirma Altair Dutra Vieira, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de São Borja.
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