A inadimplência média no crédito livre subiu pelo oitavo mês consecutivo em julho. Segundo dados divulgados ontem pelo Banco Central, a parcela dos empréstimos com atrasos superiores a 90 dias cresceu de 5,7% em junho para 5,9% em julho, no maior nível da série histórica iniciada em 2000. O aumento foi observado apenas nas operações para empresas, cuja inadimplência cresceu de 3,4% para 3,8%, na mesma base de comparação. Nas operações para as pessoas físicas, a inadimplência seguiu em 8,6% pelo terceiro mês seguido.
Para o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, o nível recorde de calotes é explicado como um resultado de movimentos pontuais, principalmente em alguns empréstimos para empresas. Segundo ele, têm pesado o aumento dos atrasos nos descontos de duplicatas e conta garantida, duas das mais comuns operações de crédito entre as pessoas jurídicas, sobretudo entre as de menor porte.
A inadimplência no desconto de duplicatas cresceu de 7,7% em junho para 8,5% em julho. Essa é a maior taxa de atraso entre todas as operações para as empresas e mais que o dobro da média do segmento pessoa jurídica, cuja inadimplência terminou o mês passado em 3,8%. Outra linha que chama a atenção é a conta garantida. Nessa operação, o atraso superior a 90 dias cresceu de 4,5% para 4,7%.
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