Os segmentos automotivo, eletroeletrônico e metalmecânico de Caxias do Sul continuam sendo afetados pela crise. Conforme os dados apurados pelo Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico (Simecs), de janeiro a julho, o desempenho das empresas apresentou queda de 16,8% em comparação a igual período de 2008. O faturamento caiu de R$ 7,6 bilhões para R$ 6,3 bilhões.

A atividade automotiva, responsável por 70% da receita originada na indústria metalúrgica da cidade, apurou vendas de R$ 4,7 bilhões (-19%). O segmento eletroeletrônico foi o que mais sentiu, com recuo de 32%, para pouco mais de R$ 615 milhões.

O diretor-executivo do Simecs, Odacir Conte, observa que a partir de maio houve discreta recuperação do crescimento econômico industrial. No entanto, mantendo-se este quadro, a tendência é de que o desempenho de 2009 seja até 11% abaixo do exercício passado. O número de postos de trabalho apresentou redução de 11,4% no mesmo período, totalizando 6.590 demissões. Atualmente, o setor conta com 43.322 empregos em Caxias do Sul. “A tendência é de que a recuperação do emprego aconteça a partir de outubro.”

Marcopolo fecha fábrica em Portugal
A diretoria da Marcopolo, de Caxias do Sul, confirmou que desde ontem encerrou suas atividades produtivas na cidade de Coimbra, em Portugal. No entanto, manterá todos os serviços de assistência técnica e de pós-venda. Desde o dia 3 de agosto, os 170 funcionários estavam em férias pelo período de três semanas em função da brusca queda das vendas de ônibus no mercado europeu. A unidade de Portugal iniciou suas atividades em 1990, num dos primeiros movimentos da encarroçadora de localizar bases no exterior.

Em 2008 foram produzidas 165 unidades naquela fábrica, equivalente a 0,8% do volume consolidado da Marcopolo de 21.811 ônibus. No primeiro semestre deste ano a produção limitou-se a 58 ônibus. Na semana passada, a situação da indústria provocou reações do governador de Coimbra, Henrique Fernandes, que se reuniu com dirigentes da União de Sindicatos de Coimbra e também buscou informações no Tribunal de Justiça sobre um possível pedido de insolvência apresentado por um credor no país.

Segundo comunicado da empresa, “a presença no mercado europeu possibilitou o acesso a fornecedores e fabricantes de componentes do setor, o que resultou no aprimoramento dos produtos da marca e na elevação do padrão de qualidade, essencial para atingir competitividade internacional e participar do mercado global”. A Marcopolo também mantém interrompida desde o ano passado sua produção na Rússia, seguindo somente com a venda de veículos em estoque.