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21/08/2009 - Diminui probabilidade de recessão no Brasil
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Indicador mensal elaborado pela pesquisadora Marcelle Chauvet, da Universidade da Califórnia, mostra que a probabilidade de recessão no Brasil, que era de 54% em maio, caiu em junho para 46%. Segundo Marcelle, no entanto, ainda é prematuro dizer que isto significa uma saída da recessão para a fase de retomada econômica. A professora é integrante do Comitê de Datação de Ciclos Econômicos (Codace) da Fundação Getulio Vargas (FGV). Com ela como relatora, o grupo atestou em maio que o País havia entrado em recessão, acompanhando um movimento global, após encerrar o fim de uma sequência de 21 trimestres de crescimento no terceiro trimestre do ano passado.

O estudo de Marcelle referente a junho - que ainda não é o indicador oficial do Codace - mostra que há chances de inversão desta curva, mas somente um conjunto maior de dados dará o prognóstico definitivo. O cálculo da pesquisadora utiliza uma base de indicadores de instituições como a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). São dados como os de produção industrial (+0,2% em junho em relação a maio), vendas no varejo (+1,7% no sentido restrito e +6,5% incluindo automóveis e material de construção, ambos em junho em comparação com maio) e taxa de desemprego (8,1% da População Economicamente Ativa em junho, com queda em relação aos 8,8% em maio).

“O Comitê espera que haja sinais certos de que a economia saiu da recessão. Não estamos esperando o PIB, mas dados mensais suficientes que nos possibilitem tomar uma decisão definitiva. O PIB é uma variável importante, mas não é essencial para tomarmos a decisão”, explica a pesquisadora. De acordo com ela, um percentual agora inferior a 50% para as chances de recessão é um forte indicativo. “Mas, para uma maior certeza, a regra de bolso é que a probabilidade esteja abaixo de 50% por pelo menos dois meses consecutivos”, diz.

Outro integrante do Codace, o pesquisador da FGV e ex-diretor do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) Régis Bonelli entende que o quadro atual parece indicar mais recuperação do que recessão, mas que ainda não é possível ter certeza. “Minha convicção pessoal é de que estamos saindo lentamente dessa recessão, mas não existem informações suficientes para uma resposta segura sobre se o Brasil já saiu ou não”, afirma.

Já o diretor do Instituto de Estudos de Política Econômica da Casa das Garças (IEPE/CdG) e sócio-diretor da Galanto Consultoria Dionísio Dias Carneiro, também integrante do grupo, observa que a recessão brasileira é mais suave do que no resto do mundo, começou depois e pode acabar antes, mas entende ser prematuro dizer agora que a recessão acabou. Segundo ele, esse tipo de indicador, de probabilidades de recessão, é considerado por comitês de datação, mas não é o único.

Mesmo que o PIB do segundo trimestre mostre alta em relação ao primeiro trimestre, interrompendo a sequência de duas quedas em relação ao trimestre imediatamente anterior - definida por alguns economistas como recessão técnica -, Carneiro considera que isso não é suficiente para afirmar que o Brasil saiu da recessão. “Eu aguardaria para ver uma recuperação mais vigorosa e mais permanente da indústria”, defende. Também entende que não necessariamente o fundo do poço marca o fim da recessão. “Há vários critérios e um deles é o de recuperação em relação ao que era antes da queda”, diz. Carneiro avalia que a economia brasileira ainda está sujeita a uma outra onda negativa vinda do exterior, devido à redução do consumo nos Estados Unidos e na Europa. “O consumo norte-americano e o europeu ainda vai sofrer muito. Essa onda ainda não veio e não sabemos com que força ela vai chegar no Brasil, mas ela é importante por causa do tamanho das economias norte-americana e europeia e não há muito o que os governos possam fazer”, ressalta.






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