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20/08/2009 - América Latina inicia fase de recuperação
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O ambiente favorável da economia brasileira para os próximos meses ajudou a melhorar o Índice de Clima Econômico (ICE) da América Latina. A coordenadora de projetos do Centro de Estudos do Setor Externo (Cesex-Ibre/FGV), Lia Valls, comentou que o Brasil tem grande peso na economia latino-americana, e qualquer melhora no ICE brasileiro, que avançou de 4,6 pontos para 5,5 pontos de abril para julho, tem profundo impacto no índice da economia latino-americana— o ICE da América Latina subiu de 3,6 pontos para 4 pontos no mesmo período.

Os dados são da Sondagem Econômica da América Latina, divulgada ontem. O estudo é elaborado pela Fundação Getulio Vargas em parceria com o Institute for Economic Research at the University of Munich (Instituto IFO). As instituições consideram resultados acima de cinco pontos como “positivos”. Durante a crise, muitos países latino-americanos apresentaram taxas abaixo de cinco em sua pontuação.

Até abril deste ano, a economia latino-americana estava em recessão, de acordo com a pontuação da pesquisa, situação que se reverteu em julho, quando o ciclo econômico da América Latina passou a mostrar sinais de recuperação graças principalmente ao Brasil. “No caso do Brasil, estamos com um cenário de expectativas otimistas em relação à recuperação da economia, cenário este que pode se confirmar ou não nos próximos meses”, disse Lia.

Para a pesquisadora, uma das causas que motivou a melhora nas expectativas da economia brasileira foi a retomada do investimento direto estrangeiro no País, tanto dentro como fora do mercado de capitais. Além disso, ela comentou que, de abril para julho, houve divulgações de relatórios estrangeiros apontando o Brasil como boa opção para investimentos de longo prazo - como no setor de petróleo, devido às possibilidades na área do pré-sal.

Lia comentou ainda que o ICE do Brasil em julho, de 5,5 pontos, retomou nível mostrado em julho do ano passado, antes do período mais agudo da crise global, iniciado em setembro do ano passado. Mas embora o índice tenha apresentado taxa idêntica à apurada em igual mês em 2008, a pesquisadora fez questão de ressaltar que o ICE do País ainda se posiciona abaixo de seis pontos, que é a média histórica do índice nos últimos 10 anos. “Pode ser que se atinja seis pontos de novo, até o final do ano. Vamos esperar para ver”, concluiu.

Além do Brasil, outros quatro países da região estão em recuperação. É o caso de Chile, Colômbia, México e Peru. De acordo com a FGV, Chile e México já se encontravam em trajetória de recuperação econômica em abril.

A pesquisa mostrou, porém, que a avaliação do cenário econômico atual na maioria desses países ainda é desfavorável. Com exceção do Peru, os outros três apresentam avaliação negativa em relação ao ambiente econômico.

No caso do Brasil, por exemplo, o Índice de Situação Atual (ISA), um dos dois componentes do Índice de Clima Econômico (ICE), ficou em 4,3 pontos. O resultado é superior ao registrado na pesquisa anterior, em abril (3,7 pontos), mas ainda está abaixo de 5 pontos - o que é considerado, pelas duas instituições, como um desempenho negativo.





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