Fêmeas prenhes e leitões recém-nascidos não irão participar da feira deste ano em EsteioA menos de um mês do início da Expointer 2009, a polêmica discussão entre os órgãos ligados à suinocultura ganha mais força: os suínos estarão ou não presentes na mais tradicional feira agropecuária da América Latina deste ano?

Enquanto a indústria exportadora de carne suína e o Ministério da Agricultura sugerem a exclusão dos animais da feira, que ocorrerá de 29 de agosto a 6 de setembro no Parque Assis Brasil, em Esteio, os produtores mantêm a decisão de expor seus exemplares. O objetivo do ministério é evitar o contato dos suínos com pessoas infectadas, que poderiam transmitir a gripe A aos animais, fato já registrado na Argentina.

Para avaliar a situação, uma reunião com representantes de criadores e do ministério deverá ocorrer entre 10 e 15 deste mês. Mas, até agora, uma decisão já é definitiva: não serão levados leitões recém-nascidos nem fêmeas prenhes. Por atraírem a atenção, principalmente das crianças, correriam mais risco em razão da aglomeração nos pavilhões. Por enquanto, reforça o secretário da Agricultura do Estado, João Carlos Machado, a presença de outros suínos está mantida na feira:

– Neste momento, não há restrições. Mas a questão está sujeita a avaliação futura. Se entenderem, lá na frente, que se deve ter cautela em relação à presença de suínos, vamos optar pela parte técnica.

Em defesa da participação dos exemplares na feira, os criadores de suínos garantem que os animais não correm risco de contaminação por sua resistência e pelo preparo.

– A gripe A é uma questão de saúde pública, não animal. Afastar suínos da feira não é a melhor decisão – protesta o presidente da Associação dos Criadores de Suínos do Estado (Acsurs), Valdecir Folador.

Posição contrária tem a Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína, que formalizou ao ministério pedido impedindo a presença dos suínos.

– Ao ministério (da Agricultura), cabe proibir. Trabalhamos para proteger o rebanho. Na Expointer, pelo fluxo de pessoas, os critérios não poderão ser seguidos – diz Pedro de Camargo Neto, presidente da entidade.