Os industriais gaúchos têm uma expectativa positiva para os próximos seis meses em relação à economia nacional e estadual. A Sondagem Industrial da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs) do segundo trimestre apontou que a maioria espera uma expansão da demanda (58 pontos). Somente 17% dos entrevistados aguardam uma retração. A pesquisa é divulgada na forma de indicadores que variam de 0 a 100 pontos. Os indicadores com valores acima de 50 pontos retratam evolução positiva, e aqueles com valores abaixo de 50 pontos, evolução negativa.
Apesar de ainda não terem percebido a retomada do crescimento, eles acreditam que as perspectivas futuras são promissoras. “Assim como os resultados verificados para os empresários no Brasil, os dados do Rio Grande do Sul sinalizam que o segundo semestre de 2009 deve ser melhor do que o primeiro. O pior da crise, para a indústria, parece ter passado”, diz o presidente da Fiergs, Paulo Tigre.
Os indicadores de produção (49 pontos) e emprego (46 pontos) ainda registraram valores abaixo de 50, porém são significativamente superiores em comparação com o primeiro trimestre deste ano. O volume de produção, por exemplo, parou de cair e se elevou em 20 pontos nesta base de comparação. Outra questão importante apurada são os estoques de produtos finais, que já estão quase ajustados (46 pontos). É o melhor resultado desde o início da crise. A maior expansão, porém, foi na compra de matéria-prima (54 pontos), o que sinaliza uma expectativa de aumento da demanda para os próximos meses.
As questões que ainda estão afetando o setor produtivo com maior intensidade são o lucro operacional (38 pontos) e o acesso ao crédito (39 pontos). Desta forma, 49,6% dos empresários não estão satisfeitos com a sua margem de lucro e 39,1% com o acesso às linhas de financiamento.
Os maiores problemas enfrentados pelos industriais no segundo trimestre foram a falta de demanda (66% dos pesquisados), alta carga tributária (59%), competição acirrada de mercado (56%), falta de capital de giro (24%) e taxas elevadas de juros (19,5%). O câmbio é outro indicador de preocupação e sua importância passou de 10,4%, na pesquisa anterior, para 19,5%, na atual.
Famastil prevê incremento de 15% no segundo semestre
O cenário recessivo desencadeado pela crise financeira mundial já é passado para a Famastil Taurus, de Gramado. Os executivos da empresa preveem um crescimento de 15% no balanço do segundo semestre em comparação com os primeiros seis meses do ano. Para isso, a corporação aposta na diversidade de produtos com ritmo acelerado de lançamentos. O faturamento deve chegar ao final de 2009 em R$ 95 milhões, também 15% acima do ano passado. As estimativas positivas devem se refletir no ponto de venda, onde a empresa estima 40% de crescimento, chegando a 8 mil lojas com produtos Famastil.
O diretor comercial da Famastil, Michel Gasparin, cita algumas das razões para a análise. “A construção civil está com demanda aquecida e, como o setor atacadista teve liquidez em seus estoques, deverá voltar às compras em ritmo normal”, explica. O varejo, segundo o executivo, também deve manter a velocidade de compra e o mercado externo retomá-la. E, para acompanhar as exigências, a Famastil entende que as novidades são um dos vetores de seu crescimento. A empresa pretende lançar até dezembro uma linha de cadeados e outra básica de lâmpadas econômicas. “A corporação aposta na diversidade e na pulverização, embora martelos, vassouras de grama e brocas sejam artigos com maior giro”, destaca o executivo.
As ações de marketing também serão redirecionadas, adianta ele, para ampliar as vendas. Iniciativas junto aos pontos de vendas e vendedores estão em preparo. “Pretendemos realizar pequenas campanhas mensais de motivação, entre outras medidas de divulgação ao público consumidor final.”
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