Os psicólogos do estudo do comportamento social de muitas décadas atrás, por várias vezes, confirmaram que são contra qualquer mudança todos aqueles que se beneficiam com o estado atual de determinadas atividades. Os psicólogos de nossa era são talvez mais moderados. Depende, dizem eles. A reação à mudança envolve uma mistura de aspectos emocionais e conhecimento cuja intensidade vai depender dos objetivos e dos métodos utilizados para implementá-la. Assim, por exemplo, se a mudança que se pretende fazer envolve a própria autoridade, modificando o equilíbrio de poder dentro da empresa, pode-se esperar uma reação, por parte do pessoal envolvido, com uma carga emocional significativa.

Já no caso de uma mudança pouco profunda de comportamento, quando se procura atuar somente nos métodos de trabalho atuais ou mesmo orçamentários, a reação será menos emocional e mais racional. Aí os aspectos emocionais e de conhecimento podem ser mobilizados a favor da empresa, com resultados positivos, se a implantação de um programa de redução de custos e aumento de produtividade for corretamente executado.

Assim, um programa de redução de custos e aumento de produtividade deve ser apresentado não como uma crítica ao trabalho que vem sendo executado, mas como um recurso, uma nova técnica, ou mesmo um sistema ou procedimento que só agora foi necessário e está sendo colocado à disposição da empresa, e que, afinal, interessa a todos, patrões e empregados.

Assim, a atitude mais correta a ser adotada pelo responsável ou responsáveis na coordenação e implantação desse programa de redução de custos e aumento de produtividade é inicialmente admitir que todos na empresa vêm trabalhando a um nível de eficiência e produtividade que é conseqüência dos recursos postos à disposição, das informações e conhecimentos até então disponíveis e dos usos e procedimentos aceitos quando não exigidos pela direção. Nível esse influenciado pelas necessidades e limitações impostas pelas interações entre os diversos setores produtivos, comerciais e administrativos, ou seja, a empresa é um sistema de partes dependentes entre si que se encontram em constante interação. Ora, esse sistema-empresa é o responsável pelo nível atual de consumo de recursos, pelas receitas e benefícios gerados e pela margem – diferença entre uns e outros – daí resultante, e somente uma mudança nesse sistema é que garantiria a otimização dos recursos de forma permanente.

Entendemos que a sobrevivência das empresas no mercado atual, cada vez mais globalizado e competitivo, depende totalmente da capacidade de produzir a um custo menor e, com isso, obter um maior volume de produção, oferecendo-a a preços menores, porém com lucros maiores. Assim, uma política de redução de custos e aumento de produtividade bem fundamentada pode ajudar nesse objetivo fundamental de sobrevivência.

O nosso objetivo neste texto consiste em expor as etapas de implantação de um programa de redução de custo e aumento de produtividade incluindo as possíveis reações às mudanças propostas.